ABSTRACT
OBJETIVO: Investigar o efeito das desigualdades sociais nas taxas de cesariana em primíparas, com gravidez única e parto hospitalar. MÉTODOS: Estudo realizado no Estado do Rio Grande do Sul em 1996, 1998 e 2000. Foram utilizados dados do Sistema de Informação de Nascidos Vivos no cálculo das taxas anuais e das razões de chance de cesariana (RC) brutas e ajustadas para condições sociais (escolaridade e idade maternas, etnia/cor da pele e macro-regional de saúde), duração da gestação e número de consultas pré-natal. RESULTADOS: A taxa de cesarianas foi de 45 por cento, e acima de 37 por cento para todas as macro-regionais. As taxas aumentaram entre: mulheres de etnia indígena e negra, mulheres com mais de 30 anos, residentes nas macro-regiões Metropolitana, Vales e Serra, e com mais de seis consultas no pré-natal. Razões brutas e ajustadas indicaram taxas negativamente associadas para todas as categorias de etnia/cor, quando comparadas à cor branca da pele do recém-nascido, em especial para etnia indígena (RCaj=0,43; IC 95 por cento: 0,31-0,59), positivamente associadas à escolaridade (RCaj=3,52; IC 95 por cento: 3,11-3,99) e idade maternas mais elevadas (RCaj=6,87; IC 95 por cento: 5,90-8,00), e maior número de consultas pré-natal (RCaj=2,16; IC 95 por cento: 1,99-2,35). Os efeitos de idade e escolaridade mostraram estar parcialmente mediados pelo maior número de consultas pré-natal nas mulheres com idade e escolaridade mais elevadas. As taxas variaram entre as macro-regionais, sendo maiores na região da Serra, economicamente mais rica. CONCLUSÕES: Altas taxas de cesariana no sul do Brasil constituem problema de saúde pública e estão associadas a fatores sociais, econômicos e culturais, os quais podem levar ao mau-uso da tecnologia médica na atenção ao parto.
Subject(s)
Humans , Female , Pregnancy , Cesarean Section/statistics & numerical data , Socioeconomic Factors , Social Conditions , Educational Status , Cultural Factors , Age Factors , Socioeconomic Factors , Risk Factors , Ethnicity , Indians, South AmericanABSTRACT
Embora as estatísticas vitais sejam de fundamental importância para o planejamento e avaliaçäo das açöes de saúde, säo poucos os Estados brasileiros que dispöem de sistema de registro com cobertura e agilidade suficiente para atingir estas metas. Objetivou, portanto, analisar os dados gerados no Rio Grande do Sul, Brasil, para descrever tendências temporais e distribuiçäo espacial de indicadores de saude infantil, incluindo os coeficientes de mortalidade infantil e de mortalidade proporcional de menores de um ano, prevalência de baixo peso ao nascer, e cobertura vacinal. Entre 1980 e 1992, observaram-se reduçöes marcantes na mortalidade infantil (de 39,0 para 19,3 por mil) e na mortalidade proporcional de menores de um ano (13,9 por cento para 5,9 por cento). A prevalência de baixo peso ao nascer mostrou-se estável entre 8 e 10 por cento, tendo mesmo sido observado discreto aumento até 1991. A cobertura de vacina tríplice oscilou marcadamente de ano a ano, entre 79 por cento e 99 por cento. Houve forte correlaçäo, ao nível de Delegacias Regionais de Saúde, entre mortalidade infantil e baixo peso ao nascer. Os 4 indicadores estudados foram combinados de forma a construir um escore para identificar as Delegacias de Saúde com maiores necessidades de intervençöes sanitárias. A regiäo sul do Estado, caracterizada pela presença de grandes latifúndios, mostrou os piores índices de saúde infantil
Subject(s)
Humans , Infant, Newborn , Infant , Child, Preschool , Infant, Low Birth Weight , Infant Mortality/trends , Vital Statistics , Birth Weight , Diphtheria-Tetanus-Pertussis Vaccine , Residence Characteristics , Health Status Indicators , Health PrioritiesABSTRACT
Visa à divulgaçäo de dados disponíveis na Secretaria da Saúde e Meio Ambiente do Rio Grande do Sul (SSMA-RS) sobre as condiçöes de saúde e vida das crianças menores de 5 anos no Estado. Tais dados fazem parte do sistema de informaçöes gerados no Programa de Atençäo Integral à Saúde da Criança (PAISC) e Divisäo de Informaçöes e Dados de Saúde (DIDS) e de outras fontes, como Ministério da Saúde, Organizaçäo Pan-Americana de Saúde (OPS), Fundaçäo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (FIBGE) e Fundo das Naçöes Unidas para a Infância (UNICEF). O interesse da apresentaçäo destes dados é o fornecimento de subsídios para a formulaçäo de políticas e estratégias que visem à melhoria da saúde da populaçäo infantil do Rio Grande do Sul, com o conseqüente reflexo nos indicadores epidemiológicos. Estimula a produçäo de novas informaçöes que possam reverter em benefício da criança gaúcha