Efeitos da rejeição na reserva de contratilidade do enxerto após o transplante cardíaco / Effects of rejection on the contratile reserve of the graft after heart trasnplantation

OBJETIVO- Testar a hipótese de que a rejeiçäo após transplante cardíaco poderia diminuir a reserva de contralidade do ventrículo esquerdo (VE).MÉTODOS - Foram estudados 11 pacientes utilizando-se metodologia näo invasiva (ecocardiografia e pressäo arterial sistêmicca). Os parämetros ecocardiográficos epressóricos (pressäo sistólica final (PSF), frequência cardíaca (FC)volumes diastólico final (VDF) e sistólico final (VSF), fraçäo de ejeçäo (FE), esforço sistólico final (ESF) e a relaçäo de final de sístole entre o esforço e o volume (ESF/VSF) do VE foram obtidos em 68 estudos realizados sete dias-12 meses após o transplante.De acordo com o resultado das biopsias, os pacientes foram divididos em dois grupos:grup A- sem rejeiçäo (53 estudos) e grupos B - com rejeiçäo (15 estudos).RESULTADOS - A infusäo de nitroprussiato provocou mudanças significativas e semelhantes nos dois grupos em todos os parâmetros, com exeçäo da relaçäo ESF/VSF.(A=68ñ12mL), o VSF(A=12ñ5 e B=18ñ12mL) e o ESF(A=59ñ13 e B=82ñ20g/cm²); aumentou a FC(A=94ñ9eB=93ñ16bpm) e a FE(A=83ñ5eB=79ñ8 por cento) e näo provocou modificaçäo na relaçäo ESF/VSF (A=5,5ñ1,7 e B=4,8ñ1,5g/cm²/mL) A infusäo de dobutamina provocou mudanças distintas nos 2 grupos, com exeçäo da PSF que aumentou de forma similar (A=156ñ26eB149ñ26mmHg). Os aumentos na FC na FE e na relaçäo ESF/vsf foram significamente maiores no grupo A do que no grupo B (FC-A=117ñ19 e B=102ñ25bpm; Fe- A=91ñ4e B=78ñ11 por cento, ESF/VSf - A=13,1ñ6 e B=6,1ñ3,1g/cm²/mL), bem como foram significativamente menores no grupo A o VDF (57ñ18x94ñ35mL),o VSF (5ñ3x24ñ20mL) e o ESF (57ñ21x102ñ40g/cm²).CONCLUSAO- A rejeiçäo pode näo alterar a funçäo contrátil de repouso do VE mas deprime sua reserva de contralidade.

Comportamento da funçäo do ventrículo esquerdo a longo prazo no transplante cardíaco ortotópico / Long-term behaviour of left ventricular function in ortothopic heart transplantation

No InCór-FMUSP, no período de março de 1985 a fevereiro de 1993 (75 meses), 110 pacientes portadores de miocardiopatia terminal foram submetidos a transplante cardíaco ortotópico (TCO). Desta série, foram selecionados 24 pacientes, com sobrevida superior a 36 meses, para análise da funçäo do ventrículo esquerdo (VE) a longo prazo. O período de seguimento clínico esteve compreendido entre 36 meses e 78 meses (56 meses). A idade variou de 27 a 60 anos (44,3 anos) sendo 21 (87,5 por cento) do sexo masculino. As etiologias da doença cardíaca que motivaram a indicaçäo dos transplantes foram: miocardiopatia dilatada em 13 (54,2 por cento) pacientes, isquêmica em 8 (33,3 por cento) e chagásica em 3 (12,5 por cento). Todos encontravam-se, inicialmente, em classe funcional IV (NYHA). A cinecoronariografia e as variáveis hemodinâmicas e ecocardiográficas foram aferidas, no pós-operatório, anualmente até o quinto ano de evoluçäo. Os resultados obtidos permitem concluir que: 1) o VE, em todos os casos, apresenta hipertrofia como mecanismo de adaptaçäo; 2) a hipertensäo arterial esteve presente desde o primeiro ano de evoluçäo; 3) as rejeiçöes agudas e a etiologia da miocardiopatia näo interferiram na funçäo do VE; 4) a aterosclerose acelerada exerce efeito negativo na funçäo do VE; 5) do ponto de vista ecocardiográfico e hemodinâmico, a funçäo do VE manteve-se estável até o quinto ano de evoluçäo pós-operatória; o aparecimento de reduçäo significativa do índice cardíaco (IC) associado à incidência crescente de resultados anormais nas variáveis analisadas, sugere tendência à depressäo tardia do seu desempenho.