ABSTRACT
OBJETIVOS: determinar o conjunto de fatores que interferem na adesão ao tratamento de pacientes com hipertensão arterial sistêmica atendidos em um serviço especializado: NAHI (Núcleo de Atendimento ao Hipertenso) e no PSF (Programa de Saúde da Família) no município de Barbacena. METODOS: trata-se de um estudo de coorte transversal realizado através de inquérito (questionário contendo 46 questões). RESULTADOS: Foram coletados 154 questionários no NAHI e 246 no PSF. De acordo com a resposta ao item 27 do questionário, 101 (25,2%) pacientes foram incluídos na categoria não aderente e 299 (74,7%) no grupo que adere ao tratamento. A média de idade dos entrevistados que aderem é de 58,7 anos (DP: 11,7) e 58,3 anos (DP: 12,7)para o grupo dos que não aderem. A maioria dos hipertensos não faz exercício físico. No grupo aderente, 40,5% conseguem seus medicamentos na unidade de tratamento contra 46,5% do grupo não aderente. Cerca de 71% dos pacientes afirmam ter dificuldade na aquisição dos medicamentos e em ambos os grupos existe altos índices de desinformação sobre a doença e termos técnicos independente do tempo de tratamento.Aproximadamente, 50% dos entrevistados descontinuaram o tratamento no primeiro ano de diagnostico e são os responsáveis pela administração dos seus medicamentos. Afirmam dificuldade ao acesso as consultas com 30% dizendo ser muito difícil e outros 25%, ser difícil. Dos 69,3% dos integrantes do grupo não aderente contra 51,2% do grupo aderente deixaram de tomar os seus medicamentos alguma vez (X2= 9,34; p= 0,002), sendo essa questão que separou os que aderem e não aderem. Esses responderam ao item com as seguintes respostas: .por vezes, raramente e nunca. e aqueles com: .sempre, quase sempre e com freqüência.. Sobre a dieta, 49,5% dos que não aderem informam não seguir as orientações, contrapondo com 35,5% dos pacientes incluídos no grupo que adere (X2= 5,69; p= 0,017). A adesão ao tratamento nas unidades de PSF foi maior quando comparado ao centro especializado (NAHI) e em ambos os grupos existe uma preocupação quanto aos riscos da doença já que 75% dos entrevistados retornam as consultas marcadas. Já quanto à assiduidade as reuniões sobre HAS na unidade de tratamento, 74,3% dos pacientes que não seguem o tratamento informam que não freqüentam as palestras enquanto 40,8% dos aderentes comparecem as reuniões agendadas pela unidade de tratamento que pertence. Nesse grupo, existe uma maior preocupação na realização de exames de rotina (X2=22,35; p= 0,000) e aproximadamente 80%, conhecem a importância da adesão ao tratamento e o risco da não ades ão contra 64,4% dos inclusos no grupo não aderente (X2=10,72; p= 0,001). CONCLUSÃO: As unidades de PSF e do NAHI possuem alta adesão ao tratamento (cerca de 75%) mas a aderência é maior no PSF comparado ao NAHI. Provavelmente tais índices sejam justificados pelo acompanhamento mais próximo das famílias residentes na região.