ABSTRACT
A incidência de melanomas malignos vem aumentando gradativamente. A prevalência dessa doença em países pouco desenvolvidos é precariamente conhecida. O melanoma maligno corresponde no Brasil a 0,15 por cento de todas as neoplasias malignas. O CTPHC é centro de referência para essa doença, o que permite o desenvolviemtno de estudos retrospectivos dessa natureza. Este estudo teve por objetivo avaliar o diagnóstico clínico, a prevalência e evolução de melanomas malignos em pacientes atendidos no CTPHC, em São Paulo. A pesquisa baseou-se em um levantamento retrospectivo de 115 prontuários de pacientes regristrados no CTPHC entre janeiro de 1985 e abril de 1987. Preveceram mulheres brancas, na faixa etária de 40 a 69 anos. A maioria das neolplasias era nodular e com localização axial. Os critérios histopatológicos usados para a avaliação dos melanomas malignos foram os de Clark e Breslow. Os melanomas malignos >1,5mm de profundidade foram predominantes. Após tratamento cirúrgico, a taxa de sobrevida em 8 anos relacionou-se com a espessura inicial do tumor: pacientes portadores de melanoma maligno com profundidade <0,76mm tiveram 100 por cento de sobrevida sem doença, enquanto naqueles que apresentavam profundidade >3,5mm, a sobrevida sem doença foi de 36,4 por cento(p=0,0479). A medida de profundidade segundo Breslow mostrou-se fator prognóstico melhor do que os níveis de Clark. Os dados confirmaram a importância do diagnóstico precoce e enfatizaram a realização de programas específicos para alertar e instruit a população na autodetecção de lesões de pele, já que apenas 10 por cento dos casos, neste estudo, foram tratados durante a fase inicial da neoplasia