Notas sobre o sujeito da psicanálise / Notes on the subject of psychoanalysis

Este artigo convoca a uma discussão sobre a assertiva lacaniana de que o sujeito sobre quem operamos em psicanálise só pode ser o sujeito da ciência inaugurada por Descartes. O sujeito da ciência e da psicanálise coloca tais campos em uma relação indissociável, porém antinômica. Assim, a subjetividade que a ciência se esforça para suturar, a psicanálise não poderia renunciar ao esforço de mostrá-la. Trata-se, para a psicanálise, da noção de sujeito como função, suspendendo dessa noção a ideia de um cruzamento de qualidades ou propriedades. Procurou-se ilustrar essa discussão através de um caso clínico.

This article is an invitation to discuss the Lacanian assertion according to which the subject under psychoanalysis can only be the subject of science as originally conceived by Descartes. The subject of science and psychoanalysis places both fields into an inseparable relationship, notwithstanding antinomic. Thus, the subjectivity that science strives to suture could not be disregarded by psychoanalysis in its effort to show it. Psychoanalysis represents the notion of the subject as a function, and not as a bunch of qualities or properties. For the sake of illustration, a clinical case is presented.

O enigma do tempo em sua dimensão paradoxal / The riddle of time in is paradoxical dimension

Pretendemos elencar diferentes modos de conceber o tempo. O conteúdo deste artigo remete, numa linguagem mítica, ao deus Chronos - deus do tempo. Destaca-se a sucessão, bem como a sua quebra, a partir de alguns filósofos gregos. A reflexão culmina na dimensão trágica do tempo mítico e seu entrelaçamento com a poesia e com o tempo concebido pela psicanálise na visão de Freud e Lacan. Trata-se, assim, de um tempo exterior e de um tempo interior ao homem, em constante tensão.

We intend to point out to different conceptions of time. The content of this article refers, in a mythical language, to the god Chronos - the god of time. Succession and its break are herein fucused under the perspective of some Greek philosophers. The discussion culminates in the tragic dimension of the mythic time in its relationship with poetry and with time as conceived by psychoanalysis in accordance with Freud and Lacan's point of view. It is thus the constant tension between the man's external and...

Máscaras da violência: fendas na relação especular / Violence masks: cracks in the specular relation

À luz de um caso clínico, o clássico caso das irmãs Papin, a violência - suportada pela ilusão de onipotência - na trajetória constitutiva da subjetividade, foi sumariamente discutida. Tomamos como fundamento para essa discussão, algumas idéias lacanianas, no que trata da relação especular. Nesse sentido, apontou-se para um confronto entre o efeito de espelho e o efeito de corte, confronto que seria constitutivo da subjetividade e que fora realçado pela via do fracasso, através do caso focalizado, mostrando, com maior nitidez, uma dimensão singular da violência.

In the light of a clinical case, the classic case of the Papin Sisters, the violence - based on the omnipotence illusion - in its subjectivity constitutive trajectory, is, herein, briefly discussed. As bases for discussion, we take lacanian conceptions, concerning the specular imaging. Therein, a confrontation is brought about, between the mirror effect and the cut effect, and such a confrontation being constitutive of subjectivity, enhanced via failure, through the focused case, which shows, more clearly, a singular dimension of violence.

A la luz de un caso clínico, el clásico caso de la hermanas Papin, la violencia - soportada por la ilusión de omnipotencia - durante la trayectoria constitutiva de la subjetividad, fue sumariamente discutida. Tomamos como fundamento para esa discusión, algunas ideas lacanianas, en lo que se refiere a la relación especular. En este sentido, se apuntó para un enfrentamiento entre el efecto de espejo y el efecto de corte, enfrentamiento este que sería constitutivo de la subjetividad y que fue realzado por la vía del fracaso, a través del caso en cuestión, mostrando, con mayor nitidez, una dimensión singular de la violencia.

A violência como efeito da cristalização da fantasia de onipotência / Violence as an effect of crystallization of omnipotence fantasy

Tomando-se como ilustração alguns fragmentos de uma história-crime, colocou-se em discussão o tema da violência, tendo como referência teórica idéias lacanianas. Foi destacado, sobretudo, o confronto entre desejo e lei, a partir da função paterna/simbólica, como elemento interditor da fantasia de onipotência. Os efeitos da onipotência dessa fantasia, em seu caráter de transgressão, foram discutidos como uma cristalização da ilusão de onipotência, tanto no sujeito investigador quanto no sujeito investigado. Seguindo esse percurso procurou-se realçar o lugar da subjetividade no movimento interpretativo.

Sujeito: singularidade no equívoco / Subject: singularity in equivoque

Neste ensaio procurou-se discutir a relação entre concepção de sujeito e interpretação, à luz de um caso clínico. Tendo-se como referência a concepção psicanalítica, foi esta confrontada com aquelas privilegiadas pelo racionalismo, pelo pragmatismo e por autores cuja postura teórica se caracteriza, de modo geral, por um confronto com os limites do ser humano. Colocou-se em questão o ecletismo teórico, especificamente, na condução da clínica psicanalítica

Relação entre teórico e empírico: confronto inevitável / Relationship between theory and empiricism: inevitable confrontation

Considerando a intensidade com que a concepção de tempo parece haver interrogado investigadores de campos diversos, foram tomadas aqui, como referência conceitual, três vertentes teóricas: a teoria psicanalítica, a teoria evolucionista da espécie e a teoria física do caos, procurando-se através delas, enfocar a relação entre observador e observado. À luz dessa relação elegeu-se como questão central o confronto inevitável entre teoria e empiria, ressaltamdo-se o caráter de indissociabilidade e de suas implicações na concepção do sujeito, enquanto submetido à linguagem, portanto, dividido pelo simbólico

Adolescencia y sexualidad y anticoncepción

Es el resultado de 300 encuestas aplicadas a adolescentes cuyas edades oscilan entre 13 y 20 años de edad inclusive, todos con instrucción secundaria, cursan el ciclo diversificado, todos con ocupación estudiantes. 275 solteros (91.66 por ciento), 22 casados (7.33 por ciento) 286 católicos (95.33 por ciento. 10evangélicos (3.33 por ciento). 127 adolescentes tienen algún conocimiento sobre sexualidad y anticonceptivos, es decir 42.33 por ciento. 137 (45.66 por ciento) no conocen al respecto, 36 (12 por ciento) conocen los nombres. Los conocimientos de sexualidad, planificación familiar lo obtuvieron 56 (34.35 por ciento) de amigos de la misma edad. 53 (32.66 por ciento) reponden: amigos de su misma edad, solo 37 (12.39 por ciento) acuden a un profesional. 22 mujeres inician actividad sexual entre 12 a 15 años de edad (7.33 por ciento). 93 (31 por ciento) adolescentes varones inician actividad sexual a la misma edad antes mencionada. Durante este primer coíto usan anticoceptivos 20 adolescentes (6.66 por ciento). 161 adolescentes (53.66 por ciento) no usan por desconocimiento. Al momento de la entrevista mantienen relaciones esporádicas 89 adolescentes (29.66 por ciento) ; con planificación familiar 26 (8.66 por ciento), 16 se automedican y 10 han sido prescritos por profesional...

O psicodiagnóstico de Rorschach: instrumento de avaliaçäo psicological das estruturas de equilibrio e dos processos de descompensaçäo da personalidade / Rorschach psychodiagnostic: a psychological instrument for the evoluation of the equilibrium structures and the personality disorders processes

Este artigo tem como objetivo avançar um pouco mais na compreensäo da personalidade, através da discussäo de dados levantados numa determinada regiäo do Brasil (NE), enfocando-se a descompensaçäo psicológica, no que tange à organizaçäo do ego e suas defesas, versus o equilíbrio pretendido, entre os impulsos destinados à consecuçäo do prazer e aqueles que delimitam o princípio de realidade. Para tanto, trabalhou-se com material das mais diversas naturezas, tais como: as respostas dadas ao Rorschach, a queixa que o doente apresentou, o que disseram os outros (do seu ambiente) sobre ele e sobre a sua doença, e o que concluiu o médico (diagnóstico). Portanto, toma-se como amostra um grupo de doentes mentais internados em hospitais do Recife, e o grupo controle, formado por sujeitos normais da populaçäo. A hipótese inicial de que os doentes apresentariam uma estrutura de ego mais frágil substancialmente diverso entre os dois grupos. Uma das hipóteses explicativas admitida, em face de tais resultados, é a de que a força destes indivíduos em "simular" um estado de perturbaçäo mental correponde à sua capacidade de encontrar forma de sobrevivência dentro dos parâmetros da desorganizaçäo social que os produz, sem se exporem, abertamente, aos riscos da conduta anti-social e com a possibilidade ainda de usufruírem dos ganhos secundários da doença (utilizaçäo da previdência social). Tal saída parece vir ao encontro também das metas de crescimento das casas de saúde credenciadas...