ABSTRACT
Resumo: O artigo problematiza o discurso de crise ambiental na atualidade. A partir de algumas ferramentas da análise do discurso foucaultiana, discute-se um dos enunciados que compõe o discurso aqui investigado: o "Terror e medo pela perda do Planeta". O estudo toma como corpus discursivo a revista Veja, especialmente reportagens produzidas a partir de 2001, em que enunciações ocupadas por terror e medo se tornam evidentes na mídia em análise. Discussões acerca do medo em Zigmunt Bauman, biopoder/biopolítica em Michel Foucault e cultura a partir de estudiosos do campo da Educação Ambiental são tomados como aportes teóricos desse estudo. Nas reportagens em evidência, há um forte chamamento para riscos e perigos quanto à continuidade de vida na Terra atrelado ao convite para que participemos da grande campanha mundial. Pensarmos possibilidades de enfrentar medos líquidos modernos, produzindo outros modos de nos relacionarmos com o ambiente, é um dos desafios dessa pesquisa.
Abstract: This article addresses the current environmental crisis discourse. Based on some of Foucault's discourse analysis tools, one of the statements that compose the discussed discourse is the "Terror and fear of the loss of the planet." The study takes Veja magazine as its discursive corpus, especially articles produced since 2001, where enunciations occupied by terror and fear become evident in the media under analysis. Discussions about fear in Zigmunt Bauman; biopower / biopolitics in Foucault and culture based on environmental education scholars are used as theoretical contributions in this study. In the chosen articles, there is a strong call to the risks and dangers to continuity of life on Earth, connected to an invitation to joining a great global campaign. One of the challenges of this research is to reflect about possibilities of confronting our modern liquid fears and to produce other ways of relating with the environment.
ABSTRACT
O objetivo deste artigo é mostrar a articulação entre os saberes produzidos para os velhos, os jogos de força que entram em operação para garantia de um envelhecimento melhor e a subjetivação desses indivíduos. O corpus discursivo é composto por enunciações sobre velhice presentes na mídia impressa e foi analisado a partir do referencial foucaultiano. Percebe-se o atravessamento dos dispositivos disciplinares, de segurança e de controle, na fabricação de um sujeito-velho empresário de si mesmo.
The aim of this article is to demonstrate the relationship between the knowledge produced for old people, the power games that come into operation to ensure a better aging process and the subjectivity of these individuals. The discursive corpus is composed by enunciations about aging in media press, and it was analyzed from Foucault's referential. One realizes the crossing of disciplinary, security and control devices in the manufacture of an elderly subject, businessman of himself.
Subject(s)
Humans , Aging , Communications Media , Life Style , AgedABSTRACT
Este artigo tem como tema a supervisão escolar, sendo ela questionada por ângulos diferentes daqueles recorrentemente anunciados nas bibliografias específicas e até então raramente colocados sob suspeita. Como resultado das análises, problematiza a história da supervisão como uma narração linear que continua regulando o trabalho docente, mesmo negando essa função. Entendendo a regulação como uma forma de conduzir a ação docente, aproxima desta o conceito de poder disciplinar e os instrumentos de que, segundo Michel Foucault, esse poder faz uso para agir sobre os sujeitos: a vigilância hierárquica, a sanção normalizadora e o exame. Ressalta ainda a produtividade do fazer docente como justificativa da regulação provocada pela função supervisora. Interrompendo o curso natural da história da supervisão, é possível perceber que, embora pertencendo a ordens discursivas diferentes, as fases históricas narradas atendem à mesma estratégia de ação reguladora e ao mesmo solo epistêmico.
The presented article is about School Supervision, which is questioned by different angles from those announced again and again in specific bibliographies and until now rarely having been put under suspicion. As a result of the analysis, we problematize the history of supervision as a linear narrative that continues regulating the work of teaching, even denying this function. Regulation being understood as a way of conducting the act of teaching approximates, from this act of teaching, the concept of disciplinary power and the instruments which, according to Michel Foucault, are used by this power to act upon the individuals: hierarchical vigilance, normalizing sanction and exam. This study also emphasizes the productivity of teaching as a justification for the regulation provoked by the supervising function. When the natural course of supervision history is interrupted, it is possible for us to see that the historical phases narrated, even though belonging to different discursive orders, answer to the same strategy of regulating action and to the same epistemic ground.