ABSTRACT
Quando um laboratório forense estabelece a concentração post mortem de um agente tóxico, esta não necessariamente, reflete os valores relacionados à situação perimortem. Da mesma forma que há um grande número de variáveis afetando a concentração sangüínea do xenobiótico num indivíduo vivo, existe também uma série de fatores que podem alterar seus níveis após a morte. A concentração post mortem de xenobióticos pode apresentar relação com fenômeno da sítio-dependência ou intervalo de tempo decorrido entre hora do óbito e coleta das amostras devido a processos putrefativos. Vários fatores contribuem para a redistribuição post mortem de xenobióticos, dentre os quais: intervalo post mortem, ação de microorganismos, difusão gástrica post mortem, posição do corpo nos estados putrefativos, difusão post mortem do xenobiótico de sítios tissulares para tecidos adjacentes e sangue etc. Pode-se abordar também fenômenos que ocorrem in vitro durante a estocagem e que contribuem para a variabilidade sanguínea e, consequentemente, corroboram as dificuldades de interpretação dos resultados analíticos.