Perfil epidemiológico de crianças e adolescentes atendidos em um ambulatório de psiquiatria no sul do Brasil no período de 2004 a 2012 / Epidemiological profile of children and teenagers attended in na psychiatric ambulatory in south Brazil between 2004 and 2012

Objetivo: Identificar o perfil epidemiológico das crianças e adolescentes atendidos no ambulatório de psiquiatria do Instituto Abuchaim. Métodos: Estudo transversal, com coleta de dados retrospectiva de prontuários dos pacientes pediátricos e adolescentes atendidos no ambulatório do Instituto Abuchaim, entre janeiro de 2004 e junho de 2012. Resultados: A amostra compreendeu (N) 131 questionários válidos. Observou-se que 64,1% eram do sexo masculino, procedentes de Porto Alegre (84,7%), em sua maioria da raça branca (91,5%), de religião católica (80,3%), com idade média de 13 anos. 93,2% moravam com familiares, e em 47,3% das famílias os pais não moravam juntos. A escolaridade em 55% era 1° grau incompleto, sem histórico de reprovações escolares (63,4%). Os motivos de consulta mais frequentes foram dificuldades de relacionamento interpessoal (48,1%) e alterações de comportamento (30,5%). A prevalência de transtorno mental na população estudada foi de 45,8% considerando os pacientes com algum diagnóstico identificado (n = 60). O diagnóstico de maior prevalência foi Transtorno Depressivo (26,7%) e Transtornos Fóbicos e Ansiosos (26,7%). O histórico de uso de drogas foi observado em 26%. Quando referido, os mais frequentes foram maconha (63,2%), álcool (57,9%) e tabaco (15,8%). Discussão: Apesar do reconhecimento generalizado da importância da prevenção e promoção da saúde mental de crianças e adolescentes, há uma enorme lacuna entre necessidade e recursos1 disponíveis. O acesso inadequado para cuidar de criança com doença mental e seus familiares pode ser minimizado com a capacitação de pediatras e clínicos na atenção primária de saúde na detecção, gestão e coordenação de cuidados.

Objective: To identify the epidemiological profile of children and adolescents in the psychiatric outpatient clinic Abuchaim Institute. Methods: Cross-sectional study with retrospective data collection from medical records of pediatric and adolescent patients treated in outpatient Abuchaim Institute between January 2004 and June 2012. Results: The sample included (N) 131 valid questionnaires. It was observed that 64.1% were male, from Porto Alegre (84.7%), mostly white (91.5%), Catholic (80.3%) with mean age 13 yearsold. 93.2% lived with family members, and in47.3% theparents did not live together. Schooling was 55% in 1st grade incomplete, no history of school failure (63.4%). The most frequent reasons for consultation were difficulties in interpersonal relationships (48.1%) and behavioral changes (30.5%). The prevalence of mental disorder in the study population was 45.8% where as patients with a diagnosis identified (n = 60). The most prevalent diagnosis was Major Depressive Disorder (26.7%) and Phobic Disorders and Anxious (26.7%). The history of drug using was not observed in 74%. As mentioned, the most common were marijuana (63.2%), alcohol (57.9%) and tobacco (15.8%). Discussion: Despite the widespread recognition of the importance of prevention and promotion of mental health of children and adolescents, there is a huge gap between need and available resources1 . Inadequate access to care for children with mental illness and their families can be minimized with the training of pediatricians and clinicians in primary health care in the detection, management and coordination of care.

Tratamento percutâneo do abscesso hepático piogênico / Percutaneous treatment of pyogenic liver abscess

Objetivo:Revisar os casos de abscesso hepático tratados por uma única equipe cirúrgica no serviço de cirurgia geral do HG/UCS e CHB de Caxias do Sul. Pacientes e métodos: entre 1997 e 2002, sete pacietes tratados por abscesso hépatico foram revisados, determinando-se a etiologia, a apresentação clínica, os métodos diagnósticos utilizados, o tratamento e a morbidade dos procedimentos realizados. Resultados: Todos apresentavam abscesso hepático piogênico; a forma de contaminação mais prevalente foi a biliar (43por cento). A idade média foi de 46,5 anos e 71por cento eram homens. a febre (100por cento) e a dor abdominal (85,7por cento) foram os achados clínicos mais frequentes. A US e a TC foram realizadas em todos os doentes, demonstrando predomínio das lesões bilaterais (71,42por cento). A aspiração percutânea guiada por TC foi utilizada como tratamento em cinco (71,42por cento; em dois destes associou-se a drenagem externa, enquanto que em apenas um realizaou-se a drenagem cirúrgica. A antibioticoterapia IV prolongada foi usada em todos os casos, enquanto a antibioticoterapia isoloda, semente em um (14,29por cento) doente com microabscessos hepáticos. Não houve complicações atribuídas aos procedimentos percutâneos e a taxa de mortalidade foi de 14por cento (um paciente). Conclusões: O diagnóstico precoce, a realização de adequada drenagem através de métodos minimamente invasivos, associados a antibioticoterapia intravenosa prolongada, parece ser a melhor conduta inicial frente a pacientes com abscessos hepáticos piogênicos

Uso da hipotermia no acidente vascular encefálico isquêmico: considerações atuais / Treatment of ischemic stroke with hypothermia: update

Foi realizada uma pesquisa na MEDLINE, buscando artigos relacionados à aplicação da hipotermia no acidente vascular encefálico isquêmico, em animais e em humanos. Os estudos foram agrupados de acordo as variáveis analisadas pelos autores: início, duração, nível da hipotermia e capacidade de neuroproteção. Dos estudos encontrados na literatura, foram selecionados 76 artigos, sendo que 13 estudos clínicos e 63 trabalhos experimentais. Dos trabalhos experimentais 95 por cento demonstraram algum grau de neuroproteção, enquanto que nos estudos clínicos 3 de 4 artigos obtiveram resultados discretos de proteção. Os resultados da análise da literatura sugerem que a hipotermia na lesão isquêmica cerebral de animais promove neuroproteção quando aplicada precocemente e de maneira prolongada. Em humanos a hipotermia moderada foi bem tolerada pelos pacientes, com resultados satisfatório, ou seja, algum grau de neuroproteção foi obtido, entretanto espera-se novos trabalhos prospectivos e randomizados a fim de se indicar a hipotermia como rotina para os pacientes com acidente vascular encefálico isquêmico