ABSTRACT
Os cuidados no manuseio anestésico das gestantes cardiopatas, requerem conhecimentos das alterações fisiológicas decotrentes da gestação, da sobrecarga do sistema cardiovascular alterado pela cardiopatia e o impacto destes no binômio materno-fetal. O número destas pacientes vem aumentando, e representa não apenas a continuidade da prevalência da doença reumática no nosso meio, mas também, uma maior incidência de cardiopatias congênitas, que são compensadas, clínica e/ou cirurgicamente na infância, possibilitando a essas pacientes chegarem à idade fértil. A classe funcional, segundo a New York Hearl Association, modificada por Andrade et al, vem contribuindo para a avaliação do risco clínico e cirúrgico do procedimento obstétrico. A classe funcional destas pacientes pode piorar no decorrer da gestação e, principalmente, quando o volume sangüíneo está bastante aumentado e o débito cardíaco é máximo, como no final do 3° trimestre, e também durante o trabalho de parto e pós-parto imediato. Se a cirurgia cardíaca está indicada, deverá ser realizada no 2° trimestre. O manuseio pré-anestésico deve incluir a substituição de cumarínicos por heparina para manter tempo de tromboplastina ativada (TIPA), em 2 vezes o valor normal e uso de protamina, se necessário, no trabalho de parto. As técnicas anestésicas incluem anestesia combinada raquiperidural, para minimizar flutuações de débito cardíaco, o uso de opióide venoso com bloqueio paracervical, ou ainda anestesia geral com opióide, com indução lenta após profilaxia para aspiração. Lembrar do deslocamento uterino e da suplementação de oxigênio e profilaxia com antibiótico...