ABSTRACT
Analizamos um grupo de 408 pacientes submetidos a transplante renal no período de 1971 a 1983 (seguimento mínimo de dois meses). Destes 32 (8%) eram portadores de HBsAg positivo no pré-transplante; nove deles (28%) tinham enzimas hepáticas elevadas antes do transplante renal (TGO; 96 = 35 UI/1, TGP; 159 = 140 UI/i, GAMA GT; 166 = 131 UI/1 e FA. 369 = 106 UI/1). Aumento enzimático pós-transplante ocorreu em paciente (59%), sendo a média dos valores semelhantes aos vistos no pré-transplante. Icterícia ocorreu em 11 casos (32%). Em sete pacientes (21%) diminiu-se a dose de azotioprina devido a alteraçäo hepática sem outra causa associada, sendo que em três deles (43%) houve da funçäo renal. Apenas três pacientes negativaram o HBsAg no pós-transplante. Quatorze pacientes faleceram (seis após 5o ano de transplante renal). Destes, nove foram submetidos a necropsia que revelou cinco óbitos diretamente relacionados a hepatopia e outros quatro com hepatopia grave (duas hepatites crônicas ativas, uma cirrose e um hepatoma). Importante é assinalar que desenvolveu hepatopatia crônica grave nos pacientes que apresentavam HBsAg mais alteraçöes enzimáticas (8 dos 19). Somente um do grupo HBsAg positivo sem alteraçöes enzimáticas desenvolveu hepatite crônica.Conclui-se que: HBsAg positivo no pré-transplante pode representar um fator de risco no futuro, principalmente se for acompanhado de alteraçöes enzimáticas