Necrose de papilas renais: manifestaçoës clínicas e dificuldades diagnósticas / Renal pappilary necrosis: clinical manifestations and diagnostic difficulties

Com o objetivo de estudar os aspectos clínicos e as causas de erro em diagnóstico de necrose de papilas renais em nosso meio, foram, retrospectivamente, analisados 23 pacientes com diagnóstico anatomopatológico de necrose de papilas renais, sendo quatro do sexo masculino e 19 do feminino, com idade média de 52,5 anos. A condiçäo associada mais freqüentemente encontrada foi diabetes melito em 14 pacientes, seguida por uropatia obstrutiva em seis, septicemia em dois e alcoolismo em um. Vale ressaltar que sete pacientes tinham o diagnóstico prévio de insuficiência renal crônica. Os sumários de urina, realizados em 18 pacientes, foram anormais em todos; insuficiência renal foi documentada em 18/20 pacientes avaliados. Dezoito pacientes tiveram o diagnóstico de infecçäo do trato urinário/septicemia e apenas dois pacientes tiveram o diagnóstico de necrose de papilas renais. A época do óbito, 20 pacientes apresentavam hipotensäo arterial e 13, oligúria; 11/13 tiveram o diagnóstico de choque séptico. O óbito esteve diretamente relacionado ao processo infecciosos na maioria dos pacientes. Embora insuficiência renal näo fosse infreqüente, ela foi a causa de óbito em apenas três pacientes. No material analisado, a necrose de papilas renais ocorreu como evento terminal em pacientes graves, geralmente infectados, mascarando as manifestaçöes clínicas habituais. Para o diagnóstico clínico é necessário estar alerta para essa possibilidade, valorizando o quadro clínico e as alteraçöes laboratoriais

Incidência de infecçäo hospitalar em um hospital universitário / Incidence of hospital infection in a university hospital

Utilizando-se das informaçöes contidas nos prontuários médicos dos pacientes que se encontravam internados no Hospital Professor Edgard Santos da Universidade Federal da Bahia, no período de 16/05/85 a 13/06/85, descreveram-se entre outros indicadores a incidência da infecçäo hospitalar total e específica por enfermaria de ocorrência e pelo tempo de permanência. A taxa encontrada foi de 5,13 por 1000 pacientes-dia, sendo que as enfermarias de Oftalmologia, Pediatria e Doenças Infecciosas e Parasitárias foram as que apresentaram maior risco. As infecçöes do aparelho respiratório e aparelho urinário apresentaram-se com maior freqüência. Verificou-se também que o risco do paciente apresentar infecçäo hospitalar aumentou na medida em que também aumentava o seu tempo médio de permanência no hospital, exceto para aqueles que ficaram internados por mais de 30 dias