ABSTRACT
Bothropstoxin-I (BthTX-I) from Bothrops jararacussu snake venom has a predominantly postsynaptic action that is responsible for this toxin´s myotoxicity. However, BthTX-I also has a presynaptic action that is counteracted by Mn2+, a reversible neuromuscular blocker that acts predominantly presynaptically. In this work, we used two nerve-muscle preparations (mouse phrenic nerve-diaphragm - PND and extensor digitorum longus - EDL) to investigate the ability of Mn2+ to protect against the myotoxicity of BthTX-I. The preparations were incubated with Tyrode solution (control), BthTX-I, or Mn2+ alone. BthTX-I (1.4 µM) produced irreversible blockade in both preparations, whereas the blockade by Mn2+ (0.9 mM) was total and reversible in PND but just partially reversible in EDL. Pretreating the preparations with Mn2+ resulted in 100% and 80% protection against BthTX-I-induced blockade, respectively. However, when Mn2+ (0.9 or 1.8 mM) and BthTX-I (1.4 µM) were co-incubated for 30 min before testing, the blockade was faster and sustained. Washing the preparations resulted in complete, sustained recovery in those exposed to 1.8 mM Mn2+ but not to 0.9 mM Mn2+. Morphological analysis showed that the extent of fiber damage by BthTXI (1.4 µM) was 82% (PND) and 68.5% (EDL), and that Mn2+ (0.9 mM) afforded 40% protection in both preparations and reduced the increase in muscle fiber cross-sectional area by 20% and 15%, respectively, compared to BthTX-I alone. Mn2+ (0.9 mM) significantly attenuated the release of creatine kinase by BthTXI. The low creatine kinase activity resulted from a protective action of Mn2+ on the sarcolemma and from direct inactivation of the released enzyme. These results show that Mn2+ prevents membrane disruption by BthTX-I and can protect against the myotoxicity and neurotoxicity caused by this toxin.
Subject(s)
Animals , Male , Rats , Antivenins , Crotalid Venoms , Manganese , Neuromuscular Junction , Snake Venoms , BothropsABSTRACT
Os efeitos produzidos pelas peçonhas escorpiônicas säo consequentes, em sua maioria, à liberaçäo de acetilcolina (ACh) e catecolaminas. A verificaçäo de que o magnésio (Mg2+) inibe a liberaçäo de ACh em razäo de bloquear o influxo de cálcio nas terminaçöes nervosas, levou-nos a investigar a açäo deste cátion sobre os distúrbios produzidos pelas peçonhas escorpiônicas. Relatamos na presente comunicaçäo a açäo do Mg2+ sobre os efeitos induzidos pelas peçonhas dos escorpiöes Tityus serrulatus, T. bahiensis e Centruroides sculpturatus nas preparaçöes isoladas nervo frênico-diafragma, íleo, canal deferente e átrios de rato e in vivo, em ratos anestesiados com registro da pressäo arterial e do eletrocardiograma. Os efeitos da peçonha dos escorpiöes nas preparaçöes isoladas foram abolidos ou muito atenuados pelo Mg2+. O Mg2+, no entanto, somente antagonizou os efeitos da peçonha de C. sculpturatus no íleo de rato. Em ratos anestesiados, a hipertensäo e arritmias provocadas pela peçonha de T. serrulatus foram revertidas com exclusäo de bradicardia pela injeçäo do Mg2+. A peçonha de C. sculpturatus na maioria das experiências causou hipotensäo e arritmias de pequena gravidade. O Mg2+ reverteu as arritmias, mas causou quedas acentuadas da pressäo arterial. Os resultados da pesquisa sugerem o emprego do Mg2+ em acidentes graves na ausência de hipotensäo e bradicardia, produzidos por T. serrulatus e T. bahiensis. Parece contra-indicado nos acidentes causados por C. sculpturatus em vista de seu efeito acima referido na pressäo arterial.
Subject(s)
Animals , Rats , Acetylcholine/antagonists & inhibitors , Catecholamines/antagonists & inhibitors , Heart Atria/drug effects , Ileum , Magnesium/pharmacology , Magnesium/therapeutic use , Phrenic Nerve , Spider Bites/therapy , Vas Deferens/drug effects , Scorpion Venoms/antagonists & inhibitors , Scorpion Venoms/pharmacology , Arrhythmias, Cardiac/therapy , Heart Rate , Arterial Pressure , Rats, Wistar , ScorpionsABSTRACT
Nos acidentes causados no homem pela aranha armadeira, observam-se, a par de outros efeitos, pertubaçöes cardíacas, caracterizadas por taquicardia e arritmias. Este fato sugeriu o estudo das açöes cardíacas da peçonha. Na presente pesquisa, investigaram-se os seus efeitos e mecanismo de açäo nas aurículas isoladas de cobaia. A peçonha nas concentraçöes de 1 microng/ml e de 5 microng/ml produziu inicialmente efeitos cronotrópico negativos, seguidos de aumento da freqüência e tensäo das contraçöes auriculares espontâneas. Os efeitos conotrópico e inotrópico negativos foram potencializados pela neostigmina, abolidos pela atropina e grandemente reduzidos pelo hemicolínio. O propranolol e o bretílio bloquearam o aumento da freqüência e da tensäo das contraçöes de aurículas atropinizadas, induzido pela peçonha. Em aurículas atropinizadas provenientes de cobaias reserpinizadas, a peçonha näo produziu efeitos cronotrópicos e inotrópico positivo. A retrodotoxina, em concentraçäo que reduz apenas ligeiramente (23,6 ñ 6,2%) a tensäo das contraçöes auriculares, aboliu os efeitos da peçonha sobre o cronotropismo e inotropismo. Estes resultados mostram que os efeitos da peçonha de P. nigriventer nas aurículas de cobaia säo produzidos através de liberaçäo dos neuro-transmissores acetilcolina e noradrenalina pelas terminaçöes nervosas autonômicas e que essa liberaçäo decorre de açäo da peçonha nos canais do sódio da membrana das terminaçöes nervosas