ABSTRACT
Analisa a preocupaçäo com a educaçäo no campo da saúde, hoje reduzida à informaçäo e instrumentalizaçäo tecnológica em detrimento dos aspectos éticos e humanos que estas tecnologias implicam, particularmente no evento do parto e do nascimento. Existe hoje uma reaçäo contragemônica que visa recuperar a dimensao subjetiva, reconhecendo aquele corpo como sendo de alguém que pensa, fala, hesita, tropeça e deseja. Essa pretendida humanizaçäo vem sendo objeto de políticas públicas mundiais e nacionais, iniciativas estas que propoem estratégias para mudança de mentalidade e de atitudes. Desenvolveu-se na Maternidade Leila Diniz, instituiçäo que possui um projeto de atençäo ao parto e nascimento que integra a dimensäo subjetiva, em que os profissionais participaram de um treinamento através de oficinas de reflexäo, seminários e cursos específicos. Como metodologia foi utilizada uma abordagem qualitativa concebida para observar a incorporaçäo de mudanças significativas nas atitudes dos profissionais, através de três instrumentos: histórias de vida, com enfoque especial na formaçao e trabalho; apresentaçäo e discussäo dos indicadores da maternidade; observaçäo participante. A análise partiu de uma categoria central, ou seja, as mudanças de atitude dos profissionais a partir de quatro categorias empíricas: emoçöes percebidas pelos sujeitos envolvidos na experiência de seu próprio parto e nascimento de seus filhos, assim como no aprendido e praticado; percepçäo emocional do profissional em relaçäo ao acompanhante e sua influência na relaçäo médico/paciente; percepçao do profissional em relaçäo à autonomia da mulher e por último a questäo da violência institucional em relaçäo à mulher e ao recém-nascido.