ABSTRACT
Introdução: Infecções cirúrgicas são o segundo tipo mais frequente de infecção relacionada à assistência de saúde e tem sua incidência reduzida com a administração de antibioticoprofilaxia cirúrgica. Materiais e métodos: Foi realizado estudo transversal, de 01 de março a 30 de abril de 2010, observando-se a adequação do uso da cefazolina na profilaxia cirúrgica. A adequação foi avaliada conforme: 1. O tempo da primeira dose, 2. A dose utilizada, 3. Doses adicionais durante a cirurgia e 4. O tempo de manutenção do antimicrobiano após o procedimento. Resultados: Foram avaliadas 264 cirurgias com uso de cefazolina como antibioticoprofilaxia cirúrgica. Cirurgias limpas foram 85,6% da amostra, dessas 43,4% tinham implante de prótese. Todas as quatro etapas avaliadas estavam adequadas em 33,7% das cirurgias, e todas as etapas foram inadequadas em 2,3% das cirurgias. O tempo para a primeira dose estava correto em 66,3% dos procedimentos. Apenas um paciente teve administrada dose inadequada do antibiótico. Das cirurgias com mais de 3h de duração, em 46,5% foram realizadas doses adicionais da cefazolina. Quarenta e oito por cento dos pacientes receberam o antimicrobiano por mais de 24h. Em 6,1% destes pacientes foi feito o diagnóstico de infecção associada ao procedimento cirúrgico. Conclusão: Há uma baixa taxa de adequação da profilaxia cirúrgica com cefazolina no hospital. É necessária uma padronização desta profilaxia, com a instituição de um protocolo assistencial visando uniformizar as condutas para a prevenção da infecção de sítio cirúrgico no HCPA.
Aims: Surgical site infections are the second most frequent cause of healthcare associated infections, and their incidence is reduced with the administration of antimicrobial prophylaxis. Methods: This cross-sectional study, conducted from March 1 to April 30, 2010, evaluated adequacy and timeliness of cefazolin administration as surgical prophylaxis. Adequacy parameters were: (1) time to first dose; (2) cefazolin dose infused; (3) additional dose during surgery; and (4) duration of antimicrobial therapy after surgery. Results: Of a total of 264 surgeries evaluated, 85.6% were classified as clean, and prostheses were implanted in 43.4%. All steps of antimicrobial prophylaxis were adequate in 33.7% of the surgeries, and all steps were inadequate in 2.3%. Time to first dose was correct in 66.3% of the cases. Only one patient received an inadequate dose of the antimicrobial. Additional doses of cefazolin were administered in 46.5% of the surgeries that lasted more than 3 hours, and 48% of the patients received antimicrobial therapy for more than 24 hours. Surgical site infection was diagnosed in 6.1% of the patients. Conclusion: The rate of adequacy of surgical prophylaxis in the hospital was low. Standardized protocols and practices should be established to ensure adequate prevention of surgical site Infection in hospitals.