ABSTRACT
Trinta e cinco placentas de pacientes HIV soropositivas foram estudadas, com os seguintes objetivos: registrar as lesões placentárias mais frequentes, verificar a especificidade das alterações anátomo-patológicas, detectar o antígeno viral na placenta e associá-lo à infecção fetal...As alterações microscópicas mais frequentes e registradas em todos os casos de transmissão vertical foram: a arteriopatia, a corionamnionite, depósito fibrinóide perivilositário, excesso de nós sinciciais, edema do estroma viloso e a hipercelularidade estromal. A deciduite, também frequente, foi notada em 4 casos de infecção na criança. A imuno-histoquímica mostrou positividade em 14 casos em dois desses observou-se a transmissão vertical. Vinte e dois recém-nascidos foram do sexo masculino e do sexo feminino, observando-se a infecção em três do sexo masculino e tendo havido dois do sexo feminino. Vinte e seis recém-nascidos apresentaram peso normal e nove, baixo peso, vinte e nove foram a termo e seis prematuros. Trinta eram AIG, quatro GIG e um PIG. Quinze crianças eram sororevertoras, cinco HIV soropositivas indefinidas e expostas, uma evoluiu para o óbito, cinco foram infectadas e nove não foram acompanhados. Das 14 pacientes que utilizaram o AZT, a proteína viral não foi detectada em 10 plancentas e cinco destas gestantes obtiveram a profilaxia nos recém-nascidos. Não houve relação da sintomatologia materna com o retardo de crescimento intra-útero e a transmissão vertical. O exame anátomo-patológico da placenta não possibilita por si só realizar o diagnóstico definitivo e precoce de infecção pelo HIV.