ABSTRACT
Estudos que envolvem o álcool e suas interações com outros neurotóxicos representam o foco de muitas pesquisas. Todas essas interações inflingem sérios problemas à saúde e que, infelizmente, até então, nenhuma terapia eficaz é capaz de tratar, ou mesmo prevenir, os malefícios por elas causados. A exposição fetal ao álcool e ao mercúrio tem alta incidência em algumas regiões do Brasil, especialmente nas áreas próximas à mineração, onde há mulheres grávidas dependentes de álcool. Este estudo foi realizado para examinar os efeitos da exposição combinada do etanol e metilmercúrio durante o desenvolvimento do sistema nervoso central. Em conjunto, os resultados sugerem que a intoxicação pelo etanol e pelo metilmercúrio mostra interferência em diferentes comportamentos. Essa vulnerabilidade do cérebro em desenvolvimento aos neurotóxicos é muito maior do que no sistema nervoso central adulto porque este tem uma barreira hematoencefálica desenvolvida, o que lhe dá muito mais proteção. Os dados também corroboram os estudos clínicos que, independentemente das alterações comportamentais, assinalam serem necessárias as intervenções em mulheres que consomem álcool durante a gravidez, visando a reduzir o risco da síndrome alcoólico-fetal.
Studies involving alcohol and its interactions with other neurotoxicants represent the focus of several researches. They are serious health problems and there is no effective therapy to treat, or even to prevent, the harms caused by them. Fetal exposure to alcohol and mercury has a high incidence in some regions of Brazil, especially in mining areas inhabited by alcoholics pregnant women. This study was performed in order to examine the effects of combined exposure to ethanol and methylmercury during the development of the central nervous system. Taken together, the results suggest that the ethanol and methylmercury intoxication show interference in the brain development and different behaviors. This vulnerability of the brain development to neurotoxicants is much greater than that of the adult central nervous system because the latter has an already developed blood-brain barrier to give much more protection. The data also support clinical studies showing that, despite behavioral alterations, interventions for women who use alcohol during pregnancy are needed in order to reduce the risk of fetal alcohol syndrome