ABSTRACT
Objetivo: Analisar gestantes diabéticas submetidas à ecocardiografia fetal de abril de 1993 a dezembro de 2003, quanto às alterações ecocardiográficas nos fetos e evolução pós-natal. Métodos: Estudo retrospectivo transversal de 178 diabéticas, encaminhadas para ecocardiografia fetal. Foram estudadas variáveis clínicas e laboratoriais maternas, ecocardiográficas fetais, do parto e do recém-nascido. Foram calculadas as médias das variáveis quantitativas e os percentuais para as variáveis qualitativas. Foram usadas a análise de variância, o teste t de Student e o teste de Dunnet. Foi considerado significativop < 0,05. Resultados: Ocorreram 20.493 partos no período, sendo 380 diabéticas, das quais, após critérios de exclusão, 178 foram estudadas. A média de idade foi de 33,7 anos (± 5,0). A média do índice de massa corpórea (IMC) foi de 28,0 kg/m2. A maioria (84,8%) fez a ecocardiografia fetal com >= 28 semanas de gravidez. Foram identificados nove casos de hipertrofia do septo interventricular (5,1%) e três casos de malformações cardíacas (1,7%), dos quais um mostrou-se falso-positivo. Houve um caso falso-negativo entre os normais. Ocorreram três óbitos fetais entre as diabéticas gestacionais (2,4%) e outros três (6,3%) entre as diabéticas tipo 2 (p = 0,305). Observaram-se sete malformações maiores entre as diabéticas gestacionais (5,6%) e cinco entre as do tipo 2 (10,4%, p = 0,322). Conclusões: A população estudada se caracterizou por apresentar faixa etária elevada, IMC acima da normalidade, havendo pequeno número de diabéticas tipo 1. Os recém-nascidos mostraram freqüência de anomalias congênitas maiores e mortalidade perinatal semelhante à literatura.