Correlação entre a velocidade de hemossedimentação e o índice de massa corporal / Relationship between erythrocyte sedimentation rate and body mass index

A velocidade de hemossedimentação (VHS) é solicitada com muita freqüência pelos clínicos. Um problema comum na prática é o achado de um resultado alterado em pacientes com queixas inespecíficas. Objetivo: Demonstrar a correlação da VHS com as subclasses de índice de massa corporal (IMC), sexo e idade. Métodos: Foram coletadas 335 amostras de sangue de pessoas saudáveis entre janeiro e abril de 2004. Foram anotados idade, peso e altura, sendo excluídos portadores de doenças inflamatórias, neoplasias, entre outras. As amostras foram processadas pela técnica de Westergreen. Os pacientes foram classifi cados de acordo com IMC em quatro grupos: magros (IMC ≤ 20), eutrófi cos (21 ≤ IMC ≤25), sobrepeso (26 ≤IMC ≤30) e obesos (IMC ≥ 31). Os resultados foram analisados estatisticamente pelos coeficientes de Spearman, tabelas de freqüência e contingência e análise multivariada, sendo o nível de significância de 5%. Resultados: A média da idade foi de 40,5 anos. Nesta amostra, 53,57% eram do sexo feminino. Dos pacientes avaliados, 6,85% eram magros, 42,26% eutrófi cos, 31,25% com sobrepeso e 19,64% obesos. Correlacionando-se a VHS com IMC, em todas as classes prevaleceu VHS normal, porém nos obesos, 43,94% tiveram sua VHS aumentada (p = 0,00497). Ao se estudar a variabilidade da VHS, de acordo com a idade, sexo e IMC por regressão multivariada, encontrou-se que as variáveis atuam independentemente, sendo a correlação entre IMC e VHS de 0,0119. Conclusão: Pode-se estabelecer correlação positiva entre a VHS e o IMC, além de sexo e idade

Prevalência de achados cutâneos em portadores de esclerose sistêmica: experiência de um hospital universitário / Prevalence of cutaneous findings in systemic sclerosis patients: experience of a teaching hospital

FUNDAMENTOS: A esclerose sistêmica é colagenose pouco comum e muito rica em manifestações cutâneas. OBJETIVO: Estudar a prevalência das manifestações cutâneas na esclerose sistêmica em geral e nos seus diferentes subtipos (formas limitada, generalizada e mista). MÉTODOS: Analisaram-se 32 pacientes de esclerose sistêmica (20 com forma limitada, oito com generalizada e quatro com forma mista) quanto à esclerose de pele, fenômeno de Raynaud, cicatrizes estelares, telangiectasias, leucomelanodermia, microstomia, calcinose e prurido. RESULTADOS: Encontraram-se esclerose de pele e fenômeno de Raynaud em 100 por cento dos pacientes; cicatrizes estelares em 65,6 por cento; telangiectasias em 43,7 por cento; leucomelanodermia em 43,7 por cento; microstomia em 31,25 por cento; prurido em 28,1 por cento e calcinose em 12,5 por cento. Não se observaram diferenças entre as formas localizada e difusa da doença, sendo p = 1 para cicatrizes estelares; p = 0,69 para telangiectasias; p = 0,22 para microstomia, p = 1 para calcinose e prurido. A forma mista de doença não diferiu das formas isoladas (limitada e difusa) quanto aos mesmos achados. CONCLUSÕES: As manifestações mais comuns na esclerose sistêmica são a esclerose de pele e o fenômeno de Raynaud, e a mais rara é a calcinose. As três formas apresentam freqüências semelhantes de Raynaud, cicatrizes estelares, microstomia, telangiectasia, calcinose e prurido.

Livedo reticularis ulcerado em paciente com anticorpo anticardiolipina tipo IgA / Livedo reticularis with ulcers in a patient with IgA anticardiolipin antibodies

Os autores descrevem um caso de livedo reticularis com ulceração em paciente portadora de anticorpo anticardiolipina do tipo IgA. A identificação do elemento causal e o estabelecimento de anticoagulação permitiu considerável melhora do quadro clínico com cicatrização das lesões.

Nodulose por Metotrexato / Methotrexate Induced Nodulosis

A nodulose por metotrexato (MTX) é um dos efeitos colaterais pouco conhecidos do uso desse medicamento em doses baixas. Embora classicamente descrita em casos de artrite reumatóide, tem aparecido, também, em outras doencas reumáticas. Descreve-se aqui um caso de nodulose por MTX em uma paciente com artrite reumatóide soropositiva, que utilizava esse medicamento há um ano, com bom controle do processo articular. Segue-se uma breve revisão sobre o assunto.

Fibromialgia e hepatice c / Hepatitis c and fibromyalgia

A fibromialgia é uma entidade muito comum cujos mecanismos fisiopatológicos são mal compreendidos. A associação da mesma com infecções virais tem sido debatida. Neste estudo procura-se verificar a prevalência de portadores do vírus C da hepatite em pessoas que se apresentam primariamente com queixas fibromialgicas, comparando-as com a população portadora de outras patologias reumáticas

Correlação entre prolapso de vávula mitral e disfunção tireoidiana na população lúpica / Correlation between mitral valve prolapse and thyroid dysfunction in lupus patients

Objetivo: Estudar a prevalência de prolapso de válvula mitral (PVM) em portadores de lúpus eritematoso sistêmico (LES) e a sua possível correlação com disfunção tireoidiana. Métodos: Estudamos 52 portadores de LES (com no mínimo quatro critérios diagnósticos para esta patologia) para função tireoidiana (T3, T4 e TSH) e para prolapso de válvula mitral através da ecocardiografia. Resultados: Encontrou-se uma prevalência de 23,08 por cento de PVM, de 19,23 por cento de hipotireoidismo e de 5,77 por cento de hipertireoidismo. A ocorrência de PVM mostrou-se, de maneira estatisticamente significante, ligada à do hipotireoidismo (p=0,001). Conclusão: concluiu-se que, no LES, o PVM está ligado à ocorrência de hipotireoidismo. Devido à baixa prevalência de hipertireoidismo em nossa população, nenhuma afirmação pode ser feita quanto a esta forma de disfunção

Granulomatose de Wegener e estenose subglótica: descrição de caso / Wegener's granulomatosis and subglottic stenosis: case description

Descreve-se o caso de um paciente com Granulomatose de Wegener, em tratamento com esteróides e ciclofosfamida, que, apesar do tratamento, evoluiu com dispnéia progressiva e rouquidão. A investigação mostrou tratar-se de uma estenose subglótica, sendo a dispnéia prontamente aliviada com a traqueostomia. São discutidos diagnósticos diferenciais e modalidades de tratamentos de estenose subglótica em portadores de Wegener.

Estenoses arteriais múltiplas em paciente com lúpos eritematoso sistêmico e anticorpos antifosfolípides causando úlcera gástrica e angina mesentérica: relato de caso / multiple arterial stenoses in a patient with systemic lupus erythematosus and antiphosppholipid antibodies causing gastric uucer and mesenteric angina: case description

Descreve-se o caso de uma paciente de 36 anos, portadora de lúpos eritematoso sistêmico, que desenvolveu um quadro de úlcera péptica atípica com hemorragia, requerendo várias transfusões sanguíneas e tratamento cirurgico. Seguiu-se a isso a constatação de estenoses arteriais múltiplas em vasos intra-abdominais (renal esquerda e mesentérica superior), levando a hipertensão grave, atrofia renal esquerda e angina mesentérica. O quadro foi atribuído à presença de anticorpos antifosfolípides. Após controle da hipertensão a paciente foi anticoagulada, tornando-se assintomática