Bronquiectasias experimentais / Experimental bronchiectasis

Foi efetuado um estudo experimental destinado a avaliar alguns possíveis etiopatogénicos das bronquiectasias. Foram operados 6 grupos de cäes ao nível do hilo do lobo inferior do pulmäo esquerdo, tendo-se efetuado as seguintes intervençöes: 1 - Reimplante do lobo inferior esquerdo; 2 - Despleurizaçäo hilar; 3 - Estenose por compressäo extrínseca do brônquio; 4 - Secçäo da arteria pulmonar; 5 - Estenose da veia pulmonar por compressäo extrínseca; 6 - Associaçäo de estenose do brônquio e da veia pulmonar com secçäo da arteria pulmonar. Os resultados foram avaliados em estudos post-mortem que incluíram exames anátomo-patológicos, angiografias e moldes de injecçäo-corrosäo da árvore brônquica e das estruturas vasculares. Observaram-se bronquiectasias apenas em alguns animais dos grupos 1 e 6, sendo normais as árvores respiratórias de todo os outros. Pode-se concluir que: 1 - o aperto brónquico, atuando isoladamente, näo parece ser fator determinante da sua produçäo; 2 - as dilataçöes brônquicas podem aparecer sem aperto brônquico prévio, sendo de admitir a desnervaçäo como fator condicionante do seu desenvolvimento; 3 - as obstruçöes ou estreitamentos isolados da artéria e da veia pulmonar näo produzem alteraçöes identificáveis na parede brônquica; mas alteraçöes obstrutivas idênticas, atuando sinergicamente nos 3 componentes funcionais do hilo, desencadeiam uma incidência significativa de lesöes broncopulmonares, que incluem as bronquiectasias

Cirurgia da reimplantaçäo pulmonar: estudo experimental / Surgery of lung reimplantation: experimental study

Realizaram-se diversas reimplantaçöes do lobo inferior do pulmäo esquerdo do cäo tendo-se ensaiado vários tipos de suturas nas reanastomoses brônquica e vasculares. Considerou-se satisfatória a reanastomose brônquica com sutura contínua "em grade", obteve-se mais êxito com a anastomose da veia ao apêndice auricular e näo foi necessário proceder a angioplastias para obter bons calibres nas anstomoses da artéria pulmonar. Estudaram-se 20 cäes, com a realizaçäo de broncoscopias e de estudos post-mortem que seräo objeto de publicaçöes ulteriores (moldes de injeçäo-corrosäo dos vasos sanguíneos e da árvore respiratória, angiografias e estudo anátomo-patológico. Faleceram 6 animais entre o 2§ e o 6§ dia 1 com pneumotórax, 2 com hemotórax e 4 com trombose da veia pulmonar. Atribuiram-se as mortes a fatores técnicos e consideraram-se algumas dificuldades na realizaçäo das anastomoses vasculares: diâmetro muito reduzido; enorme friabilidade das estruturas; curta extensäo entre os clamps e os bordos a suturar; execuçäo técnica com um campo operatório sob a influência dos constantes movimentos cardiopulmonares. Os 14 sobreviventes foram sacrificados entre os 12 e os 24 meses, havendo 4 com defeitos estruturais (1 estenose venosa, 1 estenose brônquica e atelectasia do lobo correspondente e 2 bronquiectasias). Na anastomose venosa, para contrariar a tendência à trombose, referem-se três aspectos: a importância da limpeza completa das trabéculas endocárdicas do apêndice auricular; a secçäo deste facultando uma anastomose com dimensöes adequadas a um fluxo circulatório normal; e a justaposiçäo correta entre as íntimas da veia e do apêndice auricular. O tempo de desvascularizaçäo pulmonar nunca excedeu os 60 minutos; por isso näo se considerou a isquemia como eventual responsável pelas complicaçöes