ABSTRACT
A pneumoconiose de mineiros de carväo (PMC) varia em prevalência e incidência em países de carväo. A incidência, progressäo radiológica e probabilidade de PMC foram calculadas em coorte de 2080 mineiros de subsolo, que faziam parte de amostra original de 956 mineiros que foram avaliados em 1984 e 1989. A prevalência pontual de PMC foi determinada com dados da amostra original. As radiografias foram interpretadas por três leitores independentes, segundo critérios da classificaçäo da OIT de 1980. A mediana das leituras foi utilizada para a expressäo dos resultados. A prevalência pontual de PMC foi de 5,6 por cento na amostra original de 1984. A média de exposiçäo de mineiros com PMC foi de 8,4 anos. A soma de anos de subsolo (SANO) e a soma de anos de subsolo ajustada (SANOAJ) associaram-se significativamente à PMC, mas a SANOAJ apresentou melhor ajuste (a SANOAJ é obtida através da multiplicaçäo de anos de subsolo por um fator de 1,2 ou 4 para cada atividade específica). A incidência anual de PMC no período foi de 11,4/1.000 mineiros em risco. A probabilidade de PMC após o índice 60 de SANOAJ foi ao redor de 20 por cento. Nos últimos quatro anos, foram diagnosticados 248 casos novos de PMC, correspondendo a 8 por cento do total de casos na regiäo. Este declínio é devido à contraçäo da indústria carbonífera na década de 80. Concluímos que, embora a prevalência de PMC seja similar à prevalência observada em outros países, a alta incidência, o pequeno período de latência e os gráficos probabilísticos apontam para uma situaçäo grave na mineraçäo de carväo brasileiro