ABSTRACT
Introdução - O presente estudo objetiva determinar a prevalência de mordidas cruzadas posteriores na dentição decídua em crianças nipo-brasileiras, bem como pesquisar o dimorfismo sexual e variações quanto à faixa etária. Métodos - Foram examinadas 310 crianças de ambos os sexos, na faixa etária dos 2 aos 6 anos, de 19 escolas no Estado de São Paulo. As crianças eram brasileiras e apresentavam, no mínimo, 50 por cento de ascendência japonesa. O exame clínico foi realizado por três examinadores, com a criança em posição de máxima intercuspidação habitual. A amostra foi dividida em dois grupos, conforme a faixa etária: dos 2 aos 4 e dos 5 aos 6 anos de idade. Os dados foram submetidos à estatística descritiva e analisados por meio do teste Qui-Quadrado, a um nível de significância de 5 por cento. Resultados - A distribuição das freqüências demonstrou que as mordidas cruzadas bilaterais foram as menos prevalentes (0,65 por cento), em comparação às mordidas cruzadas unilaterais com desvio funcional da mandíbula (2,58 por cento) e unilaterais verdadeiras (2,26 por cento). Não há diferenças estaticamente significantes, em relação à prevalência de mordidas cruzadas posteriores, entre crianças dos sexos masculino e feminino. As variações na prevalência das mordidas cruzadas posteriores nas faixas etárias dos 2 aos 4 e dos 5 aos 6 anos também não são significativas. Conclusões - As mordidas cruzadas posteriores foram diagnosticadas em cerca de 5 por cento da amostra, destacando-se como mais prevalentes as mordidas cruzadas unilaterais com desvio funcional da mandíbula e unilaterais verdadeiras. Constatam-se ausência de dimorfismo sexual e variações entre as faixas etárias pesquisadas.