ABSTRACT
A escassez de informações no contexto brasileiro sobre ações de Saúde Mental na Atenção Básica tem sido apontada. Este estudo teve como objetivo identificar o perfil diagnóstico e sócio-demográfico de pacientes assistidos em Saúde Mental no Programa de Saúde da Família em Cachoeira, Bahia. Realizou-se um estudo de corte transversal, examinando 100 (cem) prontuários com diagnósticos psiquiátricos atendidos em ambulatório. Encontrou-se que 54por cento dos atendimentos foram do sexo masculino, sendo 67por cento adultos jovens, 49por cento de procedência urbana e 63por cento sem ocupação. Dos diagnósticos encontrados 37por cento foram de esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e delirantes e 18por cento de transtornos afetivos. Os achados sugerem a inclusão das ações de Saúde Mental na Atenção Básica, considerando o elevado percentual de transtornos mentais severos e a precária inserção sócio-econômica desses indivíduos no território onde vivem.
The scarcity of information on mental health in basic health care, within the Brazilian context, has been revealed. The objective of this study was to identify the sociodemographic and diagnostic profile of patients treated for mental health in the Family Health Program in Cachoeira, Bahia. A cross-sectional study was carried out assessing 100 case records with psychiatric diagnoses treated as outpatients. The results illustrated that 54% of the patients treated were male, 67% young adults, 49% living in the urban area, and 63% unemployed. From the diagnoses found, 37% related to schizophrenia, schizotypic and delirious disorders, and 18% related to emotional disorders. The findings suggest the need to include mental health procedures in basic health care, considering the high percentage of severe mental disorders and the precarious socioeconomic insertion of these individuals in the place where they live.
Subject(s)
Humans , Male , Adult , Epidemiology , Health Promotion , Mental Health , Primary Health Care , BrazilABSTRACT
Introdução: o movimento social de reforma psiquiátrica brasileira vem apontando, há quase 30 anos, a internação em hospital psiquiátrico como de baixa eficácia, violadora de direitos humanos e propondo a diminuição progressiva desses leitos. A implantação, todavia, de serviços substitutivos ao hospital psiquiátrico não pode desconhecer as características dos usuários internados. Objetivo: estudar as características sociais e de morbidade dos pacientes internados em hospitais psiquiátricos e gerais da rede pública do Estado da Bahia.Metodologia: estudo de corte transversal na população dos pacientes psiquiátricos internados na rede pública, estimados em 97% dos portadores de transtornos psiquiátrico no estado. A coleta foi realizada no prontuário dos pacientes, no período de dezembro de 1997 a julho de 1998. O diagnóstico foi estabelecido pela CID 10. Resultados: foram encontrados 2.069 pacientes internados e divididos em dois grupos: o dos internados em hospitais psiquiátricos, HP (1.939[93,7%]) e dos hospitais gerais, HG (130[6,3%]). A rede pública estudada constou de 19 unidades de internação, das quais duas definitivamente fechadas e apresentou uma relação de 1 leito/5.326 habitantes. As unidades públicas foram as que mais leitos tiveram dentre o total encontrado (385[15,7%]). A comparação entre os grupos, HP e HG, apontou particularidade significantes: no HG a população foi mais jovem (31,7 anos), tinha maior percentual no II grau .