ABSTRACT
A Transição Epidemiológica no Brasil exibe, regionalmente e mesmo microrregionalmente,estágios diferentes. Aspectos importantes de um quarto estágio, já evidentes há muito em países desenvolvidos, se associam a aspectos do terceiro estágio, que é o predominante em nosso país. As mudanças nos padrões demográfico e epidemiológico que ocorreram no Brasil, ao longo do século XX, indicam que a expectativa de vida ao nascer aumentou, sendo que, em 2000, chegou a uma vida média de 67,08 anos. As perdas para o sexo masculino entre adultos e jovens, efeito principalmente da violência, e o grande declínio dos óbitos por causas maternas, acentuam os aspectos positivos da transição para as mulheres e os diferenciais entre os sexos. Ocorre o declínio das taxas de fecundidade que acompanharam a elevada e rápida queda da mortalidade, sendo que, só no período 1980-2000, a fecundidade no país passou de 4,02 filhos por mulher em idade fértil, para 2,06. Na atualidade, com o declínio das mortes infantis, principalmente aquelas do período pós-neonatal, ocorre um destaque maior das causas de mortalidade do período neonatal, tal como as anomalias congênitas e a prematuridade. Entretanto, a freqüência importante desta última, por exemplo, associada à persistência da mortalidade materna no país, mortes em grande parte evitáveis através da assistência materno-infantil adequada, indicam que a transição ainda não se completou. As mudanças de padrão com o predomínio das doenças crônico-denegerativas significaram ganho de anos de vida potenciais, entretanto, as perdas na expectativa de vida dos jovens sob o impacto das violências também configuram o panorama atual.
Subject(s)
Epidemiology , Health Transition , Health Status IndicatorsABSTRACT
A crise econômica, as mudanças políticas, a evoluçäo da pobreza desenharam um cenário de perplexidade, discussäo e mobilizaçäo social em diferentes segmentos da vida nacional