ABSTRACT
Objetivo: Avaliar a influência do alongamento cirúrgico dos isquiotibiais mediais sobre o arco de movimento dos joelhos quando este procedimento foi combinado com a transferência do reto femoral. Métodos: Vinte e quatro pacientes com paralisia cerebral tipo diparesia espástica foram analisados de maneira retrospectiva. Os pacientes que foram submetidos à transferência do reto femoral para flexor de joelho sem o concomitante alongamento dos isquiotibiais mediais (n = 12) formaram o grupo A, enquanto que o grupo B (n = 12) foi constituído por pacientes em que estes procedimentos foram combinados. Todos foram submetidos à análise tridimensional da marcha antes e após a realização dos procedimentos cirúrgicos, com tempo de seguimento médio de 15,5 meses. Resultados: Houve aumento significativo e semelhante no arco de movimento dos joelhos em ambos os grupos após a realização dos procedimentos cirúrgicos. O aumento do pico de flexão na fase de balanço foi estatisticamente significante apenas no grupo A (aumento de 10,97°), porém foi observado aumento da flexão (de 10,53° para 14,71 °) na fase de apoio no exame pós-operatório. No grupo B foi observada redução da flexão no apoio e aumento do pico de flexão no balanço, porém ambos não significativos em termos estatísticos. Conclusão: Na amostra estudada, houve aumento significativo do arco de movimento dos joelhos após a realização dos procedimentos cirúrgicos, porém o alongamento dos isquiotibiais mediais não gerou aumento adicional.