ABSTRACT
Com o objetivo de determinar o perfil clínico-epidemiológico dos acidentes ofídicos, em hospital do Estado do Acre, foram estudados prospectivamente 144 pacientes admitidos no período de janeiro a dezembro de 2002. Desses, 113 (78,5 por cento) foram classificados como vítimas de acidente com envenenamento. Os gêneros Bothrops, Lachesis e Micrurus foram responsáveis por, respectivamente, 75,7 por cento, 2,1 por cento e 0,7 por cento dos casos. Os acidentes predominaram em pessoas do sexo masculino (78,5 por cento), trabalhadores rurais (51,4 por cento) e com idades entre 10 e 29 anos (43,8 por cento). Nos acidentes botrópicos, os envenenamentos considerados moderados (48,6 por cento) prevaleceram sobre os leves (31,2 por cento) e graves (20,2 por cento). Dois casos envolvendo o gênero Bothrops não receberam terapia antipeçonha. Entretanto, soro heterólogo foi administrado em 23 vítimas de acidente sem envenenamento. Concluindo, os resultados obtidos neste estudo diferiram dos observados por outros autores quanto à gravidade dos casos e adequação do tratamento, indicando a necessidade de treinamento da equipe.