ABSTRACT
Apesar dos avanços no conhecimento da patogênese e nos procedimentos terapêuticos na pancreatite aguda bibliar, é de extrema importância a avaliaçäo dos fatores associados a complicaçöes e óbitos nessa doença. Entre janeiro de 1980 e junho de 1994 foram atendidos 365 pacientes portadores de pancreatite aguda. Deste total, 133 pacientes (36,4 por cento) eram portadores de pancreatite aguda biliar confirmada por dor abdominal, amilasemia acima de 200 UL/dL, ultra sonografia compatível com pancreatite aguda na presença de colelitíase. Oitenta e sete pacientes eram do sexo feminino e 46 do sexo masculino (1,89:1). A idade variou de 17 a 83 anos com uma média de 49,2 anos. O protocolo de estudo incluiu tipo de tratamento, se clínico ou cirúrgico, tempo de internamento, exames laboratoriais, ocorrência de complicaçöes e a evoluçäo final. Os fatores que se associaram a pior prognóstico foram a contagem de bastonetes maior que 10 por cento (p<0,5) e a de leucócitos maior que 16.000mm(3) (p<0,01). Os valores da amilasemia, hematócrito, bilirrubina direta e indireta näo influíram na morbimortalidade. Igualmente, näo tiveram influência o sexo do paciente, a idade maior ou menor que 55 anos e o tempo de internamento. O tipo de tratamento, se clínico ou cirúrgico, também näo influiu na incidência de complicaçöes e óbitos. No entanto, na presença de complicaçöes a mortalidade foi menor dentre os pacientes operados em comparaçäo com os submetidos a tratamento clínico, ressaltando a importância do tratamento cirúrgico bem indicado na reduçäo na morbimortalidade da pancreatite aguda biliar