ABSTRACT
Esse estudo tem por objetivo apresentar as seguintes propriedades da clorexidina como substância química auxiliar na instrumentação endodôntica: estrutura e mecanismo de ação, substantividade, efeito solvente de tecidos, interação clorexidina x hipoclorito de sódio, citotoxicidade, ação sobre o biofilme, atividade antibacteriana, atividade antifúngica, medicação intracanal, ação reológica e reações alérgicas. Na Odontologia, a partir de 1959, a clorexidina se revelou uma substância efetiva e segura contra a placa bacteriana. Em Endodontia, seu uso tem sido proposto na apresentação líquida ou gel, em diferentes concentrações, geralmente 2%, como agente irrigante dos canais radiculares e medicação intracanal (sozinha ou combinada com outras substâncias), podendo ser aplicada como agente antimicrobiano durante todas as fases do preparo do canal radicular, incluindo a desinfecção do campo operatório, a remoção de tecidos necróticos antes de determinar o comprimento radicular, no preparo químico-mecânico antes da desobstrução e do alargamento foraminal, na desinfecção de cones de obturação, para modelar o cone principal de guta-percha, na remoção de guta-percha durante retratamento, na desinfecção do espaço protético, entre outras possibilidades. Pode-se concluir que a clorexidina, em diferentes concentrações, apresenta uma atividade antimicrobiana de amplo espectro, incluindo bactérias Gram-positivas, Gram-negativas e fungos, tem sua ação antimicrobiana aumentada por meio do efeito de substantividade, não tem atividade solvente sobre os tecidos, no entanto, essa é superada pela forma gel devido à sua capacidade de ação reológica e por sua lubrificação dos instrumentos endodônticos durante a ação mecânica desses; sua biocompatibilidade é aceitável, com relativa ausência de citotoxicidade.
Subject(s)
Chlorhexidine , Food Preservatives , Endodontics , Infection Control , Products with Antimicrobial ActionABSTRACT
Dentes permanentes com rizogênese incompleta são um dos grandes desafios na prática endodôntica, necessitando de um tratamento diferenciado dos tratamentos endodônticos convencionais. As causas que comumente interrompem a maturação radicular são traumatismos dentários ou mesmo cáries dentárias profundas, que podem causar a necrose pulpar. Sendo assim, os dentes que apresentam raiz incompletamente formada e necrose pulpar geralmente eram tratados pelo método de apicificação, ou seja, múltiplas sessões e trocas de medicação intracanal à base de hidróxido de cálcio ou mesmo a confecção de um plug apical de MTA, a fim de conseguir a formação de uma barreira apical. Porém, através desse método, as raízes continuam com as paredes dentinárias finas e fragilizadas. Assim, a revascularização surge como uma nova forma de tratamento com a finalidade de promover o término do desenvolvimento radicular, com invaginação de um novo tecido conjuntivo para o interior do espaço da cavidade pulpar. Dessa maneira, o presente trabalho apresenta uma revisão da literatura e faz comparações de alguns relatos de casos clínicos para se obter a revascularização pulpar em dentes permanentes imaturos com necrose pulpar. Com base nessa revisão, pode-se concluir que a revascularização pulpar é um método viável quando se deseja obter a maturação radicular com espessamento e, consequentemente, fortalecimento das paredes radiculares em dentes permanentes jovens.