Malassezia spp detected at the edge of the eye of a white-eyed parakeet (Aratinga leucophthalma, statius muller, 1776) ­ a case report / Detecção de malassezia spp no limbo do olho de periquitão-maracanã (Aratinga leucophthalma, statius muller, 1776)

The white-eyed parakeet (Aratinga leucophthalma), also known in Brazil as "periquitãomaracanã," "aratinga-de-bando," "araguaí" and "maritaca," belongs to the family Psittacidae. The fungal genus Malassezia, which lives on the surface of the skin and mucosae of some mammals and birds, is a commensal organism that may sometimes act as a pathogen. This paper describes the presence of Malassezia spp at the edge of the eye of a white-eyed parakeet seized by IBAMA (Brazilian Institute of Environment and Renewable Natural Resources) and examined at the Federal University of Uberlândia (UFU) Veterinary Hospital. The examination of the bird revealed the presence of a small white rounded structure at the edge of its right eye. The bird was sedated and a fragment of the structure was removed and sent to the university's Laboratory of Infectious Diseases. This material was seeded in blood and MacConkey agars and a slide was prepared and stained by the Gram-staining technique; no biochemical assays were performed. Reading was performed in an optical microscope under 100X magnification, revealing flattened oval colonies resembling purplish footprints, indicative of Malassezia spp. The bird was not treated because the structure gradually diminished in size until it disappeared completely after the animal was isolated in a clean well ventilated place and supplied with water and good quality food suitable for the species. It is believed that the development of the atypical and uncommon foreign body in the bird's eye may have been caused by immunodepression resulting from the period of stress it underwent during wildlife trafficking.

O periquitão-maracanã (Aratinga leucophthalma), também conhecido como aratinga-de-bando, araguaí e maritaca, pertence à família Psittacidae. O gênero Malassezia vive na superfície da pele e mucosas de alguns mamíferos e aves; é um organismo comensal que, eventualmente, pode agir como patógeno. O objetivo deste foi relatar a presença de Malassezia spp no limbo do olho de um exemplar de periquitão-maracanã apreendido pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Durante a anamnese, foi observada a presença de uma pequena estrutura branca no limbo do olho direito da ave. A ave foi sedada, e foi colhido um fragmento da estrutura, o qual foi encaminhado ao Laboratório de Doenças Infectocontagiosas da UFU. Esse material foi semeado em ágares Sangue e MacConkey. E, após observado o crescimento de colônias apenas no meio ágar Sangue, confeccionou-se uma lâmina, corando-a pelo método de Gram; não foram realizados testes bioquímicos . A leitura realizou-se em microscópio óptico no aumento de 100 vezes, e observaramse colônias ovaladas e achatadas, semelhantes a pegadas de sapatos, e de coloração púrpura, indicativo de Malassezia spp. Foi realizado o isolamento da ave em local limpo e arejado, e o fornecimento de água e alimentos de boa qualidade, compatíveis com a espécie, sendo estas as únicas alterações procedidas nesse período, não necessitando de tratamento, pois houve diminuição da estrutura até seu total desaparecimento. Acredita-se que o agente possa ter se desenvolvido de forma atípica e incomum no olho, devido à imunodepressão da ave, justificada pelo período de estresse ao qual ela foi submetida durante o tráfico.

Ingluvolitos em periquito australiano: relato de caso / Ingluvoliths in budgerigar: case report

O trato gastrointestinal das aves apresenta anatomia e fisiologia únicas. O inglúvio, ou papo, é uma distensão do esôfago com função de armazenar alimentos. Lesões e massas nesses locais podem ocorrer por diversos motivos, provocando dificuldades alimentares e emagrecimento da ave. O alimento ou material estranho impactado no interior de trato gastrintestinal pode formar os bezoares. Assim, objetivou-se descrever a ocorrência de massas em inglúvio de um periquito australiano atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia, e identificadas como fitobezoar ou ingluvolitos após exame necroscópico e avaliação das massas encontradas.

The gastrointestinal tract of birds presents unique anatomy and physiology. The crop or chat, is a distension of the esophagus with function of storing food. Injuries and masses in these locations can occur for various reasons causing feeding difficulties and thinning of the bird. Food or foreign body impacted inside tract gatrintestinal can form the bezoars. Thus, the objective was reporting the occurrence of masses in crop in a budgerigar attended at the Veterinary Hospital of the Universidade Federal de Uberlândia, and diagnosed as phytobezoar or ingluvoliths after necropsy examination and evaluation of the mass found.

Parâmetros métricos da traqueia e suas correlações com o perímetro torácico, peso e comprimento corporal de cães sem raça definida (Canis familiaris, Linnaeus, 1758) / Metric parameters of the trachea and their correlations with thoracic perimeter, weight and body length of unknown breed dogs (Canis familiaris, Linnaeus, 1758)

Com o presente estudo objetivou-se analisar dados métricos da traqueia de cães e correlacioná-los com o comprimento corporal, perímetro torácico e peso corporal. Utilizou-se 48 cães sem raça definida, 19 machos e 29 fêmeas. Os animais foram pesados e em seguida aferiu-se o comprimento corpóreo, o perímetro torácico, o comprimento e diâmetro traqueal, e o número de anéis traqueais. O peso dos cães variou de 4,2 a 21,5 kg, o comprimento corporal de 40,6 a 81,0 cm e o perímetro torácico de 36,0 a 63,5 cm. A traqueia exibiu número total de anéis entre 32 e 43, comprimento entre 13,0 e 23,4 cm, diâmetro de sua porção cervical entre 11,0 e 23,5 mm e de sua porção torácica entre 8,2 e 20,9 mm. Avaliou-se também a esqueletopia da terminação traqueal, que manteve relação com o 2º (2,0%), 3º (6,3%), 4º (20,8%) ou 5º (12,5%) espaços intercostais, e com a 3ª (6,3%), 4ª (35,4%) ou 5ª (16,7%) costelas. Evidenciou-se fortes correlações positivas do comprimento traqueal com o peso corporal (rS=0,763; p<0,001), o comprimento corporal (r=0,826; p<0,001) e o perímetro torácico (r=0,735; p<0,001). Portanto, o estudo anatômico da traqueia, ao fornecer subsídios morfológicos para a realização de procedimentos clínico-cirúrgicos nesse órgão, mostra-se como uma importante ferramenta na prática veterinária.

The present study aimed to analyze metric data from the trachea of dogs and to correlate them with the thoracic girth, body length and weight. We used 48 dogs of unknown breed, 19 males and 29 females. The animals were weighed and then body length, thoracic girth, length and diameter of the trachea, and the number of tracheal rings were measured. The weight of dogs ranged from 4.2 to 21.5 kg, body length from 40.6 to 81.0 cm and thoracic girth from 36.0 to 63.5 cm. The trachea exhibited a total number of tracheal rings between 32 and 43, length between 13.0 and 23.4 cm, diameter of the cervical portion between 11.0 and 23.5 mm and in the thoracic portion between 8.2 and 20.9 mm. We also evaluated the tracheal termination skeletopy, which maintained relations with the 2nd (2.0%), 3 (6.3%), 4 (20.8%) or 5 (12.5%) intercostal spaces, and with the 3rd (6.3%), 4th (35.4%) or 5th (16.7%) ribs. Strong positive correlations of tracheal length with body weight (rS = 0.756, p <0.001), body length (r = 0.808, p <0.001) and thoracic girth (r = 0.735, p <0.001) were found. Therefore, the anatomical study of the trachea provides morphological subsidies for the realization of clinical and surgical procedures in this organ, being an important tool in veterinary practice.