ABSTRACT
O artigo busca analisar as variações temporais na incidência de neoplasias malignas dos brônquios e pulmões na cidade de São Paulo, considerando intervenções e políticas públicas de combate à poluição e ao tabagismo. O estudo quantitativo, descritivo e transversal utilizou dados do DATASUS, Vigitel Brasil 2021, IBGE e BasePop do INCA. Entre 1996 e 2021, houve aumento na taxa de mortalidade feminina de 7,3 por 100 mil habitantes, enquanto a masculina sofreu uma queda de 2,5 por 100 mil habitantes. Apesar das políticas antitabaco, a mortalidade geral aumentou em 2,56 em cada 100 mil habitantes, enquanto a taxa de incidência caiu 12,63 para cada 100 mil habitantes. Apesar das políticas públicas relacionadas ao controle do tabaco desde 1950 e de outros fatores de risco como exposição ocupacional e poluição atmosférica, o câncer de pulmão continua sendo uma ameaça significativa, sugerindo a necessidade de revisão das estratégias implementadas. Além disso, historicamente o tabagismo feminino, mostra como mudanças sociais e culturais influenciaram o aumento do consumo entre as mulheres, apontando para a necessidade de políticas públicas mais rígidas e ações de conscientização. Reconhece-se ainda que a falta de dados detalhados sobre fatores de risco e a eficácia das medidas implementadas ressalta a complexidade do desafio de reduzir a incidência de câncer de pulmão e brônquios.
The article seeks to analyze temporal variations in the incidence of malignant neoplasms of the bronchi and lungs in the city of São Paulo, considering interventions and public policies to combat pollution and smoking. The quantitative, descriptive and cross-sectional study used data from DATASUS, Vigitel Brasil 2021, IBGE and BasePop from INCA. Between 1996 and 2021, there was an increase in the female mortality rate of 7.3 per 100 thousand inhabitants, while the male mortality rate suffered a drop of 2.5 per 100 thousand inhabitants. Despite anti-smoking policies, overall mortality increased by 2.56 per 100,000 inhabitants, while the incidence rate fell by 12.63 per 100,000 inhabitants. Despite public policies related to tobacco control since 1950 and other risk factors such as occupational exposure and air pollution, lung cancer continues to be a significant threat, suggesting the need to review implemented strategies. Furthermore, historically, female smoking shows how social and cultural changes have influenced the increase in consumption among women, pointing to the need for stricter public policies and awareness-raising actions. It is also recognized that the lack of detailed data on risk factors and the effectiveness of implemented measures highlights the complexity of the challenge of reducing the incidence of lung and bronchial cancer.
ABSTRACT
O impacto que a neoplasia maligna do colo do útero tem na população mundial e em políticas públicas é notório. Vide a importância do assunto, o objetivo deste artigo é analisar o número de óbitos por neoplasia maligna do colo do útero segundo local de residência, local de internação e faixa etária, no período de 2013 a 2022 registrados no Sistema de Informações Hospitalares do SUS - SIH/SUS. Trata-se de um estudo descritivo transversal. A coleta de dados foi realizada em Sistemas de Informação hospedados no DATASUS/TABNET. Os resultados revelaram uma discrepância no número de óbitos nos estados brasileiros quando comparados o local de internação e o local de residência. A faixa etária com maior número de óbitos foi registrada dos 50 a 54 anos; tendo a pandemia da COVID-19 impactado na redução dos registros nos anos de 2020 e 2021. Conclui-se que a neoplasia maligna do colo do útero representa um desafio para a saúde pública no Brasil, com aumento do número de óbitos registrados ao longo dos anos, embora isso possa ser influenciado por fatores como densidade populacional e qualidade dos registros. Observou-se disparidade entre óbitos por internação e óbitos por residência entre estados, indicando a necessidade de estratégias específicas de prevenção e controle, além de análises mais abrangentes considerando outras fontes de informação e fatores contribuintes para essas diferenças.
The impact of malignant cervical neoplasms on the global population and public policies is notable. Given the importance of this issue, the objective of this article is to analyze the number of deaths from malignant cervical neoplasms by place of residence and place of hospitalization and age group during the period from 2013 to 2022, as recorded in the Hospital Information System of SUS (SIH/SUS). This is a descriptive cross-sectional study. Data collection was performed using Information Systems hosted on DATASUS/TABNET. The results revealed discrepancies in the number of deaths across Brazilian states when comparing the place of hospitalization and place of residence. The age group with the highest number of deaths was recorded from 50 to 54 years; the COVID-19 pandemic impacted the reduction in records in 2020 and 2021. It is concluded that malignant cervical neoplasm represents a challenge for public health in Brazil, with an increase in the number of deaths recorded over the years, although this may be influenced by factors such as population density and the quality of records. Disparities between deaths by hospitalization and deaths by residence among states were observed, indicating the need for specific prevention and control strategies, as well as more comprehensive analyses considering other sources of information and contributing factors to these differences.