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1.
São Paulo; s.n; 2020. 148 p.
Thesis in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1117859

ABSTRACT

O envelhecimento é um processo heterogêneo e dinâmico, influenciado por características biológicas, psicológicas, hábitos de vida, características socioeconômicas e ambientais, às quais os indivíduos são expostos ao longo da vida. A partir da combinação de tais características podem ocorrer diferentes trajetórias de envelhecimento no que se refere ao comprometimento funcional. A funcionalidade física da pessoa idosa pode ser avaliada segundo sua condição de mobilidade e a capacidade de desempenhar atividades de vida. Objetivo: Avaliar a existência de múltiplas trajetórias de funcionalidade de pessoas idosas e verificar se os determinantes sociais de saúde estão associados com às trajetórias identificadas. Método: Esta tese é dividida em três estudos longitudinais que utilizam dados dos estudos Saúde, Bem-estar e Envelhecimento do Brasil e Chile e do Estudio Mexicano de Envejecimiento y Salud. Utilizou-se como base três desfechos de condição funcional: (i) atividades básicas de vida diária que são relacionadas ao autocuidado (alimentar-se, tomar banho, vestir-se, deitar e levantar da cama, usar o vaso sanitário e caminhar dentro de casa); (ii) atividades instrumentais de vida diária, associadas à vida em comunidade (utilizar meios de transporte, manejar o próprio dinheiro, preparar refeições, usar o telefone, lavar roupa, cuidar dos afazeres domésticos e controlar a própria medicação); e (iii) mobilidade. Enquanto exposições de interesse, os estudos que formam a tese avaliam o impacto dos determinantes sociais de saúde nas trajetórias de funcionalidade de idosos. Modelos de trajetória determinístico e probabilístico foram adotados para avaliar a evolução funcional dos participantes dos estudos. Após a definição ou extração dos grupos distintos de trajetórias modelos de regressão logística e regressão multinomial foram aplicados para avaliar os fatores associados ao pertencimento de cada trajetória. Resultados: O estudo 1 observou que indivíduos com menos de 4 anos de educação formal apresentaram 2,7 vezes a chance de vivenciar piores trajetórias de envelhecimento funcional em comparação com idosos com pelo menos oito anos de escolaridade. Foi observada ainda diferenças entre os países estudados, sendo que idosos residentes em São Paulo apresentaram maior probabilidade de pertencer a piores trajetórias funcionais em relação a idosos vivendo em Santiago (Odds Ratio (OR) 6,10, Intervalo de Confiança de 95% (IC95%) 3,55;10,49). O estudo 2 evidenciou seis trajetórias de funcionalidade. Idosos pretos e pardos apresentaram maior probabilidade de pertencer a uma trajetória com característica de acelerado processo de perda funcional em comparação com idosos brancos (OR 1,60; IC95% 1,14; 2,26). Mulheres apresentavam maior chance de fazer parte das trajetórias 3 (Traj 3 OR 1,82; IC95% 1,33;248), 4 (Traj 4 OR 2,14; IC95%1,59;2,88) ou 5 (Traj 5 OR 1,95; IC95% 1,41;2,69) em relação à trajetória 2 quando comparadas com homens. Já o terceiro estudo que compõe a tese evidenciou a associação entre classes de condição socioeconômica e trajetórias de envelhecimento, sendo que quanto pior a condição social ao longo da vida maior a chance de fazer parte de piores trajetórias na velhice (p<0,001). Em todos os estudos apresentados, quanto maior a faixa etária maior a chance de fazer parte de piores trajetórias de funcionalidade. Conclusão: Os resultados apresentados evidenciam a heterogeneidade no processo de envelhecimento e sua relação com desigualdades sociais avaliadas por diferentes perspectivas. Ainda que guiado pela idade, o processo de envelhecimento em piores condições funcionais também pode ser explicado por baixo nível de escolaridade, pelo fato de ser mulher, ser preto ou pardo e por outras características socioeconômicas que posicionam a pessoa idosa em situação de desvantagem durante o processo de envelhecimento. Os presentes achados reforçam a discussão das desigualdades sociais e o envelhecimento em si dentro de uma perspectiva de curso de vida.


Aging is a heterogeneous and dynamic process, influenced by biological, psychological, lifestyle, socioeconomic and environmental characteristics that individuals are exposed throughout life. From the combination of such characteristics, different aging profiles can occur with regard to functional impairment. The physical functioning of the elderly person can be assessed according to their condition of mobility and the ability to perform life activities. Objective: To evaluate functional trajectories of elderly people and to verify the effect of social determinants of health on these trajectories. Method: This thesis consists of three longitudinal studies, using data from the Health, Well-Being and Aging studies in Brazil and Chile and from the Mexican Health and Aging Study. Three functional outcomes were used as a basis: (i) basic activities of daily living that are related to self-care (eating, bathing, dressing, lying down and getting out of bed, using the toilet and walking inside home); (ii) instrumental activities of daily living, associated with community life (using means of transport, handling one's own money, preparing meals, using the telephone, washing clothes, taking care of household chores and controlling one's medication); and (iii) mobility. As independent characteristics of interest we focused on social determinants of health and its linked with trajectories of functioning of older adults. Deterministic and probabilistic trajectory models were adopted to assess the functional evolution of the study participants. After defining or extracting the distinct groups of trajectories, logistic and multinomial regression models assessed unadjusted and adjusted associations between the trajectories and covariates. Results: The study 1 observed that individuals with less than 4 years of formal education had 2.7 times the chance of experiencing worse functional trajectories compared to older people with at least eight years of schooling. Differences were also observed between the countries studied, with individuals living in São Paulo - Brazil being more likely to belong to worse functional trajectories than those living in Santiago - Chile (Odds Ratio (OR) 6,10, 95% Confidence Interval (95% CI) %) 3.55; 10.49). The study 2 showed six trajectories of functioning. Black and brown older people were more likely to belong to a trajectory with an accelerated functional loss process compared to white elderly people (OR 1.60; 95% CI 1.14; 2.26). Women were also more likely to be assigned to trajectories 3 (Traj 3 OR 1.82; 95% CI 1.33;2.48), 4 (Traj 4 OR 2.14; 95% CI 1.59;2.88) and 5 (Traj 5 OR 1.95; 95% CI 1.41;2.69) than to the Functional Trajectory (Traj. 2) in comparison to men. The study 3 showed the association between classes of socioeconomic condition and aging trajectories, the worse the social condition throughout life the greater the chance of being part of the worst trajectories in old age (p<0,001). In all the three studies, the older the individual, the higher the likelihood to be assigned to worse functional trajectories. Conclusion: The results presented show the heterogeneity in the aging process and its relationship with social inequalities assessed by different perspectives. Although guided by age, the aging process in worse functional conditions can also be explained by low level of education, by the fact of being a woman, being black or brown and by other socioeconomic characteristics that place the elderly person at a disadvantage during the aging process. The present findings reinforce the discussion of social inequalities and aging itself within a life course perspective.


Subject(s)
Aging , Longitudinal Studies , International Classification of Functioning, Disability and Health
2.
Rev. bras. geriatr. gerontol. (Online) ; 21(5): 523-531, Sept.-Oct. 2018. tab
Article in English, Portuguese | LILACS | ID: biblio-977760

ABSTRACT

Abstract Objective: to assess the prevalence of elderly persons living alone in Brazil, based on covariates of health status, behavior and socio-demographic characteristics. Method: data from 11,967 individuals (aged 60 or over) were obtained from the National Health Survey (Brazil, 2013). Living alone was defined as residing in a one-person household. The prevalence of individuals living alone was stratified by socio-demographic conditions and geographic region. Living alone was also assessed as a factor for outcomes of physical functioning, behavior and health conditions. Poisson regression models were used to evaluate the prevalence ratios and a 95% confidence interval was applied. Results: in Brazil, 15.3% of people aged 60 years and over live alone. This condition is more prevalent in higher income regions; however, more lower-income individuals were affected. Prevalence was higher among women and individuals aged 75 years or more. Living alone was associated with difficulties in instrumental activities of daily living (prevalence ratio 1.15; 95% confidence interval 1.04-1.28); the reporting of an illness in the two prior to the study (PR=1.35; 95%CI=1.16-1.57); watching television (five or more hours daily) (PR=1.40; 95%CI=1.26-1.56) and falls in the previous year (PR=1.35; 95%CI=1.10-1.66). Elderly persons living alone also had worse eating habits, with a less frequent intake of meat, beans and salads than their counterparts who lived with others. Conclusion: elderly persons living alone in Brazil have a worse health status and health-related habits. These findings represent a challenge and should motivate social and health policies aimed at fulfilling the greater needs of adults who grow old alone.


Objetivo: avaliar a prevalência de idosos morando sozinhos no Brasil, segundo condições de saúde, comportamento e características sociodemográficas. Método: dados de 11.967 indivíduos (60 anos ou mais) foram obtidos da Pesquisa Nacional de Saúde (Brasil, 2013). Morar sozinho foi definido por residir em domicílios unipessoais. A prevalência de indivíduos que moram sozinhos foi estratificada por condições sociodemográficas e regiões geográficas. Morar sozinho também foi avaliado como fator para resultados sobre funcionalidade física, comportamento e condições de saúde. Modelos de regressão de Poisson avaliaram razões de prevalência e intervalos de confiança (95%). Resultados: no Brasil, 15,3% das pessoas (60 anos ou mais) moram sozinhas. Essa condição foi ainda mais prevalente em regiões de renda mais elevada; mas foram mais afetados os indivíduos de baixa renda. Houve maior prevalência entre mulheres e pessoas com 75 anos ou mais. Morar sozinho foi associado a dificuldades nas atividades instrumentais da vida diária (razão de prevalência 1,15; intervalo de confiança de 95% 1,04-1,28); ao relato de alguma doença durante as duas semanas anteriores (RP=1,35; IC95%=1,16-1,57); assistir televisão (cinco ou mais horas diárias) (RP=1,40; IC95%=1,26-1,56) e quedas no último ano (RP=1,35; IC95%=1,10-1,66). Indivíduos idosos que moram sozinhos também relataram piores hábitos alimentares, menor consumo de carne, feijão e saladas do que seus colegas que moram acompanhados. Conclusão: os idosos que vivem sozinhos no Brasil apresentam pior estado de saúde e hábitos relacionados à saúde. Esses achados são desafiadores e devem impulsionar políticas sociais e de saúde para o atendimento das maiores necessidades dos adultos que envelhecem sozinhos.


Subject(s)
Humans , Male , Female , Middle Aged , Aged , Health Status Disparities , Housing
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