Isolamento de células osteoprogenitoras derivadas de sangue de cordão umbilical humano: um candidato promissor para terapias celulares para o reparo ósseo / Isolation of human umbilical cord blood-derived osteoprogenitor cells: a promising candidate for cell-based therapy for bone repair

Objective: The aim of this study was to evaluate the osteogenic potential of human umbilical cord blood-derived osteoprogenitor cells and to prove its applicability as a promising candidate for cell-based therapeutics for bone repair. Methods: Primary cultures of human umbilical blood cord adherent cells were expanded in vitro until passage 2 and seeded for osteodifferentiation study. Morphological (light microscopy), cytochemical (Von Kossa's method), and functional analyses (calcium level, alkaline phosphatase activity, and total protein content in cell culture) were carried out 7, 14, 21, and 28 days after the osteoinduction protocol. Results: The proliferative step showed colony-forming units in 7 days. After osteoinduction, cuboidal cellular morphology similar to osteoblasts at 14 days and mineralization nodules and biochemical changes (increased alkaline phosphatase level and calcium deposits) at 21 days confirmed the osteodifferentiation process. Conclusion: Cell culture of human umbilical blood cord is a reliable technique, constituting itself as an alternative source of osteoprogenitor cells for experimental needs. More animal tests and clinical trials must be carried out to validate its use and to establish quality control of future autologous or allogeneic cell-based therapy aimed at bone repair.

Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar o potencial osteogênico de células osteoprogenitoras de sangue de cordão umbilical humano e provar sua aplicabilidade como candidato promissor para terapias celulares de reparo ósseo. Métodos: Culturas primárias de células aderentes de sangue de cordão umbilical humano foram expandidas in vitro até a passagem 2 e semeadas para estudo de osteodiferenciação. Análises morfológicas (microscopia de luz), citoquímicas (método de Von Kossa), e funcionais (dosagem de cálcio, atividade de fosfatase alcalina e conteúdo total de proteína na cultura celular) foram conduzidas em 7, 14, 21, e 28 dias após o protocolo de osteoindução. Resultados: A fase proliferativa demonstrou unidades formadoras de colônia em 7 dias. Após osteoindução, a morfologia celular cuboidal similar a osteoblastos em 14 dias e nódulos de mineralização e mudanças bioquímicas (aumento do nível de fosfatase alcalina e depósitos de cálcio) em 21 dias confirmaram o processo de osteodiferenciação. Conclusões: A cultura celular de sangue de cordão umbilical humano é uma técnica segura, constituindo-se uma fonte alternativa de células osteoprogenitoras para usos experimentais. Mais testes em animais e ensaios clínicos devem ser conduzidos para validar seu uso e estabelecer controle de qualidade de futuras terapias celulares autólogas ou alogênicas objetivando o reparo ósseo.

Sangue de cordão umbilical para uso autólogo ou grupo de pacientes especiais: [revisão] / The potential therapeutic use of cord blood in autologous transplants or in special patients: a review and update

O sangue de cordão umbilical e placentário (SCUP) é uma rica fonte de células-tronco (CT) hematopoéticas e é amplamente utilizado como substituto da medula óssea em casos de transplante. As células do SCUP possuem vantagens sobre as células da medula óssea (MO), principalmente por serem mais jovens e apresentarem maior taxa proliferativa. Além dos progenitores hematopoéticos, o sangue de cordão umbilical contém progenitores endoteliais e mesenquimais, sugerindo sua possível aplicação nos novos protocolos de terapia celular para diferentes tecidos. Na presente revisão, discutimos a importância do armazenamento do sangue de cordão umbilical autólogo e as pesquisas desenvolvidas para a sua aplicação em doenças degenerativas.

Umbilical Cord Blood is a rich source of hematopoietic stem cells widely used as a substitute of bone marrow (BM) in transplants. Cells from umbilical cord blood present advantages over BM cells, mainly as they are younger and a have higher proliferative rate. Besides hematopoietic stem cells, umbilical cord blood contains endothelial and mesenchymal progenitor cells, suggesting their possible application in cell therapy protocols for different tissues. In this paper, we discuss the importance of autologous umbilical cord blood storage and the research on stem cell transplantation for degenerative diseases.

Soroprevalência de citomegalovírus em gestantes brasileiras de classe socioeconômica favorecida / Seroprevalence of cytomegalovirus infection in pregnant woman of socioeconomically advantaged class from Brazil

Introdução: a citomegalovirose congênita é a infecção intrauterina mais comum em todo o mundo e a principal causa infecciosa de malformação do sistema nervoso central, surdez e dificuldade de aprendizado na infância. Entretanto, apesar da importância e das repercussões desta infecção, poucos estudos foram publicados no Brasil e na America Latina. Objetivo: estabelecer a soroprevalência para citomegalovírus em gestantes de classe socioeconômica favorecida e conhecer melhor o perfi l desta infecção na população brasileira. Métodos: estudo descritivo onde foram incluídas todas as gestantes que procuraram a empresa Cryopraxis Criobiologia Ltda. para armazenamento de sangue de cordão umbilical no período de 1o de janeiro de 2005 a 31 de dezembro de 2006. Todas as gestantes foram submetidas à coleta de sangue para detecção de anticorpos das classes IgG e IgM contra citomegalovírus pelos métodos de ensaio imunoenzimático e quimioluminescência. Resultados: foram obtidas 4.620 amostras de soro, 1.966 (42%) procedentes do estado do Rio de Janeiro, 1.695 (37%) do estado de São Paulo e 959 (21%) de outros estados. Destas, 3.894 (84%) apresentaram reatividade para anticorpos da classe IgG contracitomegalovírus, evidenciando alta prevalência desta infecção. Apenas 64 (1,4%) gestantes apresentaram resultados sugestivos de infecção aguda (IgMpositiva). Conclusão: embora a infecção por CMV seja com frequência associada à condição socioeconômica menos favorecida, os resultados encontrados neste trabalho mostram uma elevada prevalência da infecção também em mulheres brasileiras de classe média a alta. Adicionalmente, de acordo com os resultados sorológicos, boa parte das gestantes mostrou-se ainda sujeita a primoinfecção, o que alerta para o risco de transmissão materno-fetal nesta população. Como não há tratamento específico para mulheres grávidas, conhecer a sorologia materna permite adequada orientação e consequente redução do risco de infecção congênita.

Introduction: congenital cytomegalovirus is the most common intrauterine infection in the world, causing central nervous malformation, deafness andpoor acquaintance of knowledge. Notwithstanding, few studies are addressed studying this infection in Brazilian and Latin America pregnat women.Objective: the aim of this study was to establish the seroprevalence of cytomegalovirus in advantaged socioeconomic class pregnants in Brazil.Methods: we search the seroprevalence of cytomegalovirus in high socioeconomic pregnant women in Brazil and the profile of the infection in ourcountry. Our study was observational/transversal, with pregnant women attended at Cryopraxis Criobiology Ltda. Blood from umbilical cord was collected from January 2005 until December 2006 with analyzing IgM and IgG antibodies for cytomegalovirus (immunoassay and chemiluminescence). Results: we obtained 4,620 samples, 1966 (42%) from Rio de Janeiro, 1,695 (37%) from São Paulo State and 959 (21%) from other states. 3894 (84%) were IgG positivity to cytomegalovirus, with high prevalence. Only 64 (1,4%) of the pregnants were suggestively acute infection (IgM positive). Conclusion:although cytomegalovirus infection is frequently associated with lower socioeconomic class, the seropositivity of IgG is high in pregnant women of high socioeconomic class in Brazil. In many cases, previous contact with viruses was not evident, which warns about the maternal susceptibility to infection and consequent risk of fetal transmission in this population. There is no specific treatment of the disease. Then, serology is important for adequate attendance, reducing the risk of congenital infection.

Detecção de micrometástases na medula óssea de pacientes com câncer inicial: correlação com estadiamento pós-cirúrgico(pTNM), idade e grau histológico / Detection of bone marrow micrometastases in patients with primary breast cancer: correlations with pTNM stage, age and histological grade

A disseminação oculta de células tumorais é uma das maiores causas de recaída após o tratamento local, e a detecção de células epiteliais(micrometástases) na medula óssea de pacientes com câncer de mama pode ter implicações no prognóstico. O objetivo deste trabalho foi detectar micrometástases na medula óssea utilizando técnica de biologia molecular, a imunocitoquímica(ICC), e correlacioná-la com as características clínicas e patológicas apresentadas pelas pacientes selecionadas. O aspirado de medula óssea foi obtido de 37 pacientes portadoras de câncer de mama nos estádios clínicos I, II e IIIA, com indicação de tratamento cirúrgico. A punção da medula óssea foi realizada na crista ilíaca ântero-superior, imediatamente antes do procedimento cirúrgico, e estocada em tubos tratados com heparina. Para análise da imunocitoquímica, utilizamos anticorpo monoclonal pancitoqueratina. Nossos resultados mostraram especificidade e sensibilidade para a técnica de ICC. Os casos positivos para micrometástases incluem 26,3 por cento dos pacientes sem e 72,2 por cento dos pacientes com linfonodos positivos. Concluímos que a presença de micrometástases na medula óssea foi estatisticamente significativa quanto ao grau histológico do tumor e quanto ao número de linfonodos axilares comprometidos. Nas pacientes com axilas livres, consideradas de baixo risco, a presença de micrometástases na medula óssea permite identificar um subgrupo de pacientes de risco