ABSTRACT
Este estudo de natureza descritiva buscou analisar a marcha de um amputado bilateral transtibial estabelecendo comparação entre a marcha dos pés protéticos "descalços" com a utilização de diferentes calçados. As variáveis da marcha estudadas e descritas relacionadas com a componente vertical da Força Reação do Solo (FRS), foram: Primeiro Pico de Força (PPF), Segundo Pico de Força (SPF), Taxa de Aceitação do Peso (TAP), Tempo de Contato (TC), Cadência (CAD), Comprimento da Passada (CP), Tempo da Passada (TP). Em relação aos procedimentos de coleta de dados seguiu-se um protocolo utilizado por Tonon & Avila (2001). Como instrumento de medida utilizou-se o sistema Gaitway. Os resultados demonstraram que a variável PPF foi maior com a utilização do calçado casual, o SPF atingiu no méximo 1,0 identificando que não houve propulsão através do antepé da prótese, apenas uma retirada da plataforma de força. A taxa de Aceitação do Peso demonstrou maiores valores para os pés protéticos "descalços". Pode-se constatar que o menor Tempo de Contato foi apresentado na marcha com os pés protéticos "descalços" assim como uma maior Cadência. O Tempo da Passada nas três situações de coleta demonstrou-se maior com a utilização do Calçado Casual. Entende-se que a redução de impactos torna-se um critério geral do desenho do calçado e a função deste, tratando-se de amputados de membros inferiores, se traduz em um caráter principalmente preventivo, uma vez que é fundamental a preservação das articulações acima do nível de amputação, a fim de que possa garantir uma marcha independente com qualidade de vida destes pacientes a longo prazo.