ABSTRACT
INTRODUÇÃO: Os condutores de ambulâncias são trabalhadores cuja especificidade laboral é lidar com a urgência e emergência em condições de trabalho permeadas de riscos e agravos a sua saúde. OBJETIVO: Este estudo teve como objetivo analisar o desvio de função entre os condutores de ambulância do SAMU 192 na ocasião de atendimento às vítimas do município de Fortaleza. MATERIAL E MÉTODOS: Como procedimento metodológico optamos por uma análise descritiva e explanatória, de natureza qualitativa, com o uso de história oral, de entrevistas semiestruturadas, da observação direta e de pesquisa bibliográfica. Responsáveis pela condução de ambulância e motolâncias, os condutores têm papel fundamental no tempo de resposta entre o acionamento da Central Regulamentação e o socorro a vítima de acidente ou enfermidade. Expostos às condições de estresse em virtude da má condição dos veículos e das estradas e dos engarrafamentos. Essa categoria profissional ainda se depara com a necessidade de realizar atividades alheias a sua capacitação no momentos de urgência, caracterizando uma sobrecarga de trabalho e o aparecimento de riscos à sua saúde. RESULTADOS: Como resultados constatamos a existência de dois grupos: o primeiro de condutores sem qualificação, que exercem, no momento do atendimento, atividades que deveriam ser realizadas por enfermeiros e auxiliares de enfermagem; e o segundo de profissionais que realizam formação na área de enfermagem, a fim de aprimorar o processo de atendimento. CONCLUSÃO: Embora executem essas tarefas, nada recebem de adicional, nem sempre são reconhecidos por seus colegas de trabalho.