ABSTRACT
A confiabilidade nos resultados dos testes intelectuais tem sido freqüentemente investigada através de teste-reteste com breves intervalos de tempo, podendo-se questionar sua efetiva estabilidade diante da intensidade e rapidez das mudanças sócio-culturais das últimas décadas. Neste estudo procurou-se investigar a estabilidade temporal, após longo intervalo entre teste-reteste, do Teste de Goodenough (1926/1964) e da Escala de Maturidade Mental Colúmbia (EMMC, 1972/1993), muito utilizados na realidade brasileira. Foram avaliados 60 alunos (ambos os sexos) de escola pública de ensino fundamental de São Carlos (SP), de sete a nove anos, com dificuldades de aprendizagem, conforme avaliação das professoras. Os testes foram aplicados, individualmente, em duas ocasiões, na própria escola, com intervalo de seis meses entre teste-reteste. Foi encontrado índice de correlação de 0.631 entre pontos brutos das crianças nas duas aplicações do Teste de Goodenough. Em relação a EMMC (1972/1993) foi encontrado índice de correlação de 0.608 entre resultados padrão por idade (RPI) das duas testagens. Os resultados apontaram razoável estabilidade dos dados, oferecendo confiabilidade técnica na avaliação cognitiva infantil pelos instrumentos estudados, mesmo nos dias atuais, em nosso contexto sócio-cultural específico