ABSTRACT
Com o advento da pandemia de COVID-19, a formação médica foi impactada por desafios, como a paralisação das atividades presenciais, necessitando adaptações ao processo de ensinoaprendizagem com uso de ambientes virtuais de ensino. Objetivo: Analisar os efeitos da ausência de atividades práticas na formação médica durante o ensino remoto emergencial no curso de medicina da Universidade Federal de Santa Catarina - campus Araranguá. Método: Trata-se de um estudo qualitativo do tipo exploratório. Participaram 46 estudantes de medicina vinculados à instituição. A seleção foi por conveniência, considerou a disponibilidade das pessoas, sendo estes solicitados por meio de um procedimento de amostragem em cadeia denominado Snowball Sampling. A coleta de dados ocorreu entre os meses de junho e julho de 2021 com a realização de sete grupos focais on-line compostos entre seis ou sete pessoas. As informações foram analisadas pelo método de Análise de Conteúdo do tipo temática. Resultados: Foram destacadas três categorias: educação à distância e aprendizagem em casa; defasagens no aprendizado e ausência de práticas; e prejuízos na construção do conhecimento. Evidenciou-se dificuldades enfrentadas pelos estudantes na modalidade remota de ensino e os impactos na formação médica. Conclusão: O advento do ensino remoto ocasionou preocupações aos estudantes de medicina, diante da excessiva carga horária de conteúdo teórico. Em um contexto similar ao transcorrido na pandemia, alguns problemas no ensino remoto podem ser dirimidos, com formas de simulação de práticas e situações problemas com o aprendizado no domicílio, com o uso de estudos e discussões de casos com auxílio de vídeo gravação como instrumento docente para ensino de comunicação clínica.
ABSTRACT
Objetivo: Comparar as características sociodemográficas, os fatores de risco e as manifestações clínicas da COVID-19 em pessoas hospitalizadas no Brasil entre os anos de 2020 e 2021. Métodos: Estudo transversal cuja amostra foi de 1.150.041 pessoas hospitalizadas. A análise estatística foi realizada por meio do teste U de Mann-Whitney e Qui-quadrado de Pearson. Resultados: Em 2020, as hospitalizações estiveram associadas ao sexo masculino, cardiopatia, diabetes, doença renal, tosse e febre (p<0,001). Em 2021, cor da pele branca, obesidade e síndrome de down foram fatores associados à hospitalização, cujos sintomas envolveram dispneia, saturação de O2 <95% e desconforto respiratório, com maior proporção de óbitos (p<0,001). Internação em UTI não apresentou diferença estatisticamente significativa. Conclusões: A hospitalização por COVID-19 no Brasil apresentou elevada frequência. No primeiro ano atingiu pessoas com mais idade e que apresentavam comorbidades prévias, e em 2021 se caracterizou pela acentuada carga de sintomas e maior gravidade clínica.