ABSTRACT
Objetivou-se estudar as práticas de comunicação de enfermeiras na Consulta de Enfermagem de hipertensão arterial no Programa de Saúde da Família de Fortaleza, Ceará, desvelando os elementos geradores de assimetria de poder entre enfermeira e hipertenso manifestos na linguagem. Tem como referenciais teóricos a Análise do Discurso Crítica e Pragmática. Trata-se de um estudo exploratório descritivo, qualitativo no qual se desenvolveu uma Observação Participante em uma Unidade Básica de Saúde da Família. Emergiram os seguintes discursos: a enfermeira como maestrina da interação com comandos discursivos, verbal e não verbalmente; o hipertenso como sujeito assujeitado pela enfermeira; o corpo da enfermeira como instrumento articulado que comunica um corpo social da prática; o corpo do hipertenso como instrumento que suporta uma carga imaginária de poder; a interação enfermeiro hipertenso em uma situação unilateralizada, assujeitando o hipertenso a seguir ordens. A relação enfermeira-hipertenso se desenvolve assimetricamente construída sobre materiais simbólicos das práticas sociais sob a legitimação do paradigma da consulta de Enfermagem em curso em nossa sociedade.
The scope of the study was to examine the communication practices of nurses in consultation of arterial hypertension in the Family Health Program in Fortaleza, Ceará, revealing the elements that cause asymmetry of power between nurses and the hypertensive individuals verbal expression. The theoretical references are Critical Discourse Analysis and Pragmatics. This is an exploratory descriptive and qualitative study, in which participant observation was conducted in a Basic Family Health Unit. The following discourses arose: the nurse as conductor of the interaction with verbal and nonverbal discursive commands; the hypertensive subject as subjugated by the nurse; the nurse as an articulated instrument that communicates a body of social practice; the body of the hypertensive person as a tool that supports an imaginary power load; the interaction between nurse and the hypertensive person in a one-sided situation, obliging the hypertensive individual to obey orders. The relationship between the nurse and the hypertensive person develops asymmetrically, built on symbolic materials of social practices under the legitimacy of the paradigm of current Nursing Consultation in our society.