ABSTRACT
Avaliou-se a exposiçäo humana ao metilmercúrio e ao mercúrio total em comunidades ribeirinhas do rio Tapajós e da regiäo metropolitana de Belém, no Estado do Pará, Brasil, através da determinaçäo de mercúrio total e metilmercúrio em amostras de cabelo nos anos de 1994 e 1995. Observou-se que as concentraçöes médias de mercúrio total variaram de 2 ñ 1µg/g-û a 20,5 ñ 12,1µg/g-û, enquanto que as concentraçöes médias de metilmercúrio variam de 1,4 ñ 0,7µg/g-û a 18,5 ñ 11µg/g-û. Estes resultados confirmam a contaminaçäo mercurial na regiäo do rio Tapajós, admitem a possibilidade do aparecimento de sinais e sintomas de intoxicaçäo mercurial e recomendam a manutençäo da monitorizaçäo do mercúrio total e do metilmercúrio nas amostras de cabelo, bem como a necessidade de estudos clínicos-epidemiológicos para implantaçäo de medidas de prevençäo e controle da intoxicaçäo mercurial
Subject(s)
Humans , Male , Female , Methylmercury Compounds/analysis , Hair , Mercury , Brazil , Residence Characteristics , Environmental Exposure , Fisheries , Fishes , Mercury Poisoning/epidemiology , Mining , River PollutionABSTRACT
Este estudo avalia a contaminaçäo mercurial em comunidades de pescadores em quatro localidades nas margens do rio Tapajós: Rainha, Barreiras, Säo Luís do Tapajós e Paraná-Mirim. Análises toxocológicas das amostras de cabelo foram realizadas por espectofotometria de absorçäo atômica. Os níveis de mercúrio total em amostras de cabelo variaram entre 2,9µg/g e 71,5µg/g. Os valores mais baixos foram encontrados na comunidade de Paraná-Mirim. Os mais elevados, em Säo Luís do Tapajós e Barreiras, cerca de seis a sete vezes superiores ao valor estabelecido. As diferenças entre as concentraçöes médias de mercúrio total nas amostras, coletadas em populaçöes ribeirinhas, a montante e a jusante do rio Tapajós em Itaituba, näo apresentaram significância estatística (p > 0, 05). Conclui-se que a exposiçäo humana ao mercúrio por ingestäo de peixes contaminados constitui risco potencial para o aparecimento de sintomas e sinais da doença de Minamata, o que recomenda a manutençäo de um programa de vigilância epidemiológica