ABSTRACT
Este trabalho analisa a inserção da Saúde Coletiva, na graduação em medicina, enfocando a reforma em pauta na PUC-Campinas. Ele relata este reforma e, de modo mais detalhado, o processo ensino-aprendizagem junto à disciplina "Saúde da Comunidade: as situações de saúde" ministrada durante o primeiro ano do curso. As novas Diretrizes Curriculares exigem mudanças estruturais dos projetos pedagógicos, no sentido de gerar perfis profissionais mais adequados ao sistema de saúde e estratégias de aprendizagem ativa que fortaleçam a articulação do ensino com o trabalho em diferentes cenários. São enfatizados nestas diretrizes inúmeros conteúdos e práticas de Saúde Cletiva, tais como: a incorporação do enfoque epidemiológico na compreensão dos determinantes sociais, culturais, psicológicos, ecológicos, éticos e legais do processo saúde-doença; a qualificação para atuação na proteção, promoção, prevenção, tratamento e reabilitação; o acompanhamento do processo de morrer; conhecimentos para lidar criticamente com a dinâmica do mercado de trabalho e com as políticas de saúde; disposição para atuar em atividades de política e de planejamento; e a inserção precoce e contínua na comunidade e em todos os níveis de serviços, sendo uma das cinco áreas do estágio curricular obrigatório. A educação, estando integrada ao campo da Saúde Coletiva, lhe confere responsabilidades éticas e um caráter eminentemente formador e problematizador do "ser médico" de uma ciência de cuidado da vida.