ABSTRACT
O presente trabalho tem por objetivo verificar as propostas do final da década de 1840 para a melhoria do tratamento dos escravos surtiram algum efeito sobre as causas da morte da população escrava de Vassouras. Inicialmente, percebemos que a agricultura de plantation, mais especificamente a cultura do café, no Vale do Paraíba nasce baseada em dois pilares: terras e escravos. Após essa constatação, prosseguimos analisando como se deram as relações entre senhores e escravos no Vale ao longo do século XIX. Aprofundando essa análise, verificamos como era a rotina de trabalho do escravo, sua alimentação e moradia, além de suas condições de higiene. A partir daí, pela análise das atas de óbito de Vassouras, verificamos que escravos e livres morriam de causas muito próximas. Verificamos também a tendência do número de óbitos por tuberculose entre livres e escravos. Concluímos que as causas de morte dos escravos não foram alteradas, ao menos no período estudado, pelas propostas em prol de um melhor tratamento do escravo, pois as causas de morte levantadas refletem uma realidade de trabalhos excessivos e uma dieta alimentar inadequada.