ABSTRACT
A capacidade de drogas produzir arritmias cardíacas ou agravar as preexistentes denomina-se arritmogênese ou pró-arritmia.Näo existe consenso quanto aos critérios que definam esse fenômeno, o que torna difícil a análise de sua incidência.O risco de desenvolvimento de pró-arritmia depende principalmente das características clínicas do paciente tratado e do tipo de antiarrítmico utilizado.A decisäo de se iniciar o tratamento farmacológico de uma arritmia cardíaca deve ser tomada sempre levando-se em conta seu potencial arritmogênico.A "torsades de pointes", uma taquicardia ventricular polimórfica associada ao aumento do intervalo QT induzido pela droga, é uma das apresentações eletrocardiográficas mais reconhecidas.Importante marco no tratamento farmacológico das arritmias ventriculares foi o estudo CAST, onde ficou evidente a maior mortalidade relacionada ao uso de drogas antiarrítmicas da classe I.Também no tratamento da fibrilaçäo atrial, existem evidências de aumento da mortalidade nos pacientes tratados com a quinidina.O tratamento da pró-arritmia baseia-se principalmente na retirada do antiarrítmico, correçäo dos fatores precipitantes e reversäo da arritmia provocada.