ABSTRACT
Visando verificar o grau de acurácia e seus determinantes no diagnóstico de migrânea (enxaqueca) por generalistas, reavaliamos 99 pacientes diagnosticados como portadores de migrânea com e sem aura, a nós encaminhados por 25 médicos da rede de atendimento primário à saúde do município de Säo José dos Pinhais, PR. Os 99 pacientes foram submetidos a anamnese dirigida, semiestruturada, e a exame físico e neurológico, sendo reavaliados conforme os critérios da IHS (International Headache Society) após 30 dias, durante os quais preencheram um diário para dor de cabeça. Após a reavaliaçäo, os 99 apcientes foram diagnosticados como apresentando: migrânea em 29 casos; outras cefaléias em 44 casos; sendo excluídos 27 casos. A näo utilizaçäo do critério Bduraçäo da dor) foi o maior determinante de erro diagnóstico (86,6 por cento, p<001), seguida da näo observaçäo dos critérios D (sintomas associados, 38,6 por cento) e C (padräo da dor, 31,8 por cento). Concluímos que o desconhecimento dos critérios diagnósticos da IHS resulta no diagnóstico equivocado de migrânea, podendo levar à má prática médica e às suas consequências