ABSTRACT
Objetivo: A Organização Mundial da Saúde (OMS) define como recém-nascido de muito baixo peso (RNMBP) os recém-nascidos (RN) < 1.500 g. Com o avanço da tecnologia médica, interrupções prematuras da gestação objetivando melhor sobrevida dos conceptos e/ou das mães ocorrem com maior frequência. O objetivo desta pesquisa é descrever os fatores maternos, pré-natais, do parto e neonatais definidores do prognóstico para os RNMBP durante sua permanência na UTI neonatal do HUAP. Método: Estudo descritivo transversal retrospectivo. Prontuários de RNMBP no período de nov 2002-dez 2003 foram estudados. Dados da gestação, parto e período neonatal foram registrados em protocolo e avaliados através de frequência simples e percentual. Resultados: No período observado houve o nascimento de 301 RN, sendo que 44 eram RNMBP (14,6%). Os principais fatores maternos foram hipertensão arterial, multiparidade, ausência de união conjugal estável e pré-natal inadequado. Fatores perinatais incluíram prematuridade (idade gestacional < 33 semanas, < 1.100 g), parto cesáreo, asfixia periparto, necessitando suporte avançado de vida. A doença da membrana hialina, sepse e icterícia se associaram. As terapêuticas mais utilizadas foram surfactante, oxigenioterapia (16 dias em média), antibioticoterapia e fototerapia, com tempo médio de internação de 48 dias. Os óbitos, em seis casos (13,6%), ocorreram por sepse, prematuridade extrema e asfixia. Conclusão: A hipertensão arterial materna guarda relação com a prematuridade. O peso ao nascimento <1000 g, infecção e asfixia perinatal constituíram critérios de maior gravidade na amostra. A partir de intervenções perinatais oportunas e cuidados neonatais invasivos os bebês asfíxicos puderam ter um melhor prognóstico.