ABSTRACT
Objetivo: Avaliar a frequência de alterações doppler-ecocardiográficas em pacientes em fase aguda de febre reumática sem evidência clínica de envolvimento cardiovascular (valvite subclínica), tendo a coréia de Sydenham ou a artrite como manifestações maiores. Método: Realizou-se estudo retrospectivo, entre agosto de 2001 e agosto de 2002, por meio da análise dos prontuários de 44 pacientes em primeiro surto de febre reumática, que apresentaram coréia e/ou artrite como manifestação clínica maior, com exame cardiovascular normal. Para análise estatística foram excluídos desse total os seis pacientes que apresentaram artrite e coréia associadas. Constituíram-se dois grupos de estudo - grupo l: pacientes que apresentaram como manifestação maior apenas artrite (ou poliartrite); grupo ll: pacientes que apresentaram apenas coréia de Sydenham. Resultados: Dos 44 pacientes, 25 (56,8%) apresentaram artrite, 13(29,6%) coréia, e seis (13,6%) artrite e coréia. O estudo doppler-ecocardicoráfico demonstrou alterações valvares (espessamento valvar mitral e/ou aórtico, associado à regurgitação das referidas valvas) em 21 (47,7%) dos 44 pacientes (valvite sub-clínica). Alterações valvares compatíveis com valvite foram evidenciadas em seis (24%) dos 25 pacientes do grupo I, em 11)84,6%) dos 13 pacientes do grupo II, e em quatro (66,7%) dos seis pacientes que apresentaram artrite e coréia simultaneamente. Conclusão: O Dopplerecocardiograma proporcionou melhor avaliação dos pacientes em fase aguda da febre reumática quanto ao envolvimento cardíaco. Maior frequência de valvite foi encontrada entre os pacientes com coréia.
Aim: To evaluate the frequency of dopplerechocardiographic changes in patients with acute rheumatic fever without clinical evidence of cardiac involvement (subclinical valvitis). All patients presented, as major manifestation of acute rheumatic fever, Sydenham's chorea or arthritis. Methods: From August 2001 to August 2002, a retrospective analysis was made in 44 patients who had chorea or arthritis as major clinical manifestation in their first episode of rheumatic fever. All patients had normal cardiovascular examination. For statistical analysis six patients who presented both arthritis and chorea were excluded. Therefore, there were two groups: (1) patients who presented only arthritis as major manifestation; (2) patients who presented only Sydenham's chorea. Results: Among 44 patients, 25(56.8%) presented arthritis, 13 (29.6%) presented chorea and six (13.6%) presented both. Dopplerechocardiographic study demonsirated subclinical valvitis in 21 (47.7%) of 44 patients: six (24.0%) of patients in group I, 11(84.6%) of 13 patients in groupll, and four (66.7%) of six patients who presented arthritis and chorea. Conclusion: Dopplerechocardiogram provided best evaluation of cardiac involvement in patients with acure rheumatic fever. Valvitis was seem more frequently in patients with chorea.