ABSTRACT
Objetivo: identificar como a fitoterapia, uma das práticas integrativas e complementares mais incidentes no Sistema Único de Saúde, tem sido apropriada pelos profissionais que atuam na Estratégia Saúde da Família (ESF) no município do Rio de Janeiro, destacando os limites dessa utilização na perspectiva do direito à saúde integral. Metodologia: por meio de uma metodologia qualitativa, do tipo exploratória, foi realizado um estudo transversal sobre o uso e a prescrição de fitoterápicos e plantas medicinais por médicos, enfermeiros e agentes comunitários de saúde, de dezembro de 2016 a março de 2018, por meio da aplicação de um questionário fechado e entrevista semiestruturada. Resultados: a fitoterapia ainda não foi apropriada pelos profissionais de saúde pesquisados: 66,7% dos médicos e 41,7% dos enfermeiros afirmaram prescrever fitoterápicos, entretanto, a maioria afirmou não ter tido nenhuma instrução sobre o assunto. O cultivo de plantas medicinais foi observado nas visitas domiciliares por 76,9% dos agentes comunitários de saúde e 54% dos enfermeiros. Já o uso pela população foi relatado por 83,3% dos enfermeiros e 80,9% dos médicos. Conclusão: A fitoterapia ainda permanece marginal na ESF. Promover e ampliar o uso da fitoterapia na Atenção Primária à Saúde pode resultar em experiências inovadoras que envolvam usuários, profissionais de saúde e gestores para transformar as condições de saúde da população.
Objective: to identify how professionals who work with Family Health Strategy in the city of Rio de Janeiro, a common integrative and complementary practice in the Public Health System in Brazil, have incorporated phytotherapy into their practice, highlighting the limits of this use from the perspective of the right to integral health. Methodology: using a qualitative exploratory methodology, a cross-sectional study was conducted to identify the use and prescription of herbal medicines and medicinal plants by physicians, nurses, and community health agents from December 2016 to March 2018. Results: the professionals surveyed have not incorporated phytotherapy into their practice. The results show that 66.6% of physicians and 41.6% of nurses prescribe herbal medicines, however, most claimed to have had no instruction on the subject. 76.9% of community health workers and 54% of nurses observed at home visits that the population cultivate medicinal plants and 83.3% of nurses and 80.9% of doctors reported the use by the population. Conclusion: phytotherapy remains marginal in the Family Health Strategy. Promoting and expanding the use of phytotherapy in Primary Health Care can result in innovative experiences involving users, health professionals and managers to transform the population's health conditions.
Objectivo: identificar cómo la fitoterapia, una de las prácticas integradoras y complementarias más comunes en el Sistema Único de Salud, ha sido apropiada por diferentes profesionales que trabajan en la Estrategia de Salud Familiar en la ciudad de Río de Janeiro destacando los límites de este uso desde la perspectiva del derecho a la salud integral. Metodología: utilizando una metodología exploratoria cualitativa, se realizó un estudio transversal sobre el uso y la prescripción de plantas medicinales y fitoterapicos por parte de médicos, enfermeras y agentes comunitarios de salud desde diciembre de 2016 hasta marzo de 2018. Resultados: la fitoterapia aún no ha sido apropiada por los profesionales de la salud encuestados: los resultados muestran que el 66,6% de los médicos y el 41.6% de las enfermeras declararon recetar remedios herbales, sin embargo, la mayoría declaró que no tenían educación sobre el tema. El 76,9% de los agentes comunitarios de salud y el 54% de las enfermeras observaron el cultivo de plantas medicinales en las visitas domiciliarias. El 83,3% de las enfermeras y el 80,9% de los médicos informaron sobre el uso por parte de la población. Conclusión: la fitoterapia sigue siendo marginal en el Estrategia Salud de la Familia. Promover y ampliar el uso de la fitoterapia en la Atención Primaria de Salud puede dar lugar a experiencias innovadoras que involucren a usuarios, profesionales de la salud y gerentes para transformar las condiciones de salud de la población.
ABSTRACT
Objetivo: Este estudo tem como objetivo investigar a atenção nutricional e as práticas alimentares, na perspectiva de gestantes com excesso de peso assistidas na Atenção Básica de Macaé, Rio de Janeiro. Métodos: Trata-se de pesquisa de abordagem qualitativa, fundamentada no paradigma interpretativista. Realizaram-se entrevistas em profundidade, cujos dados foram submetidos à análise de conteúdo temática adaptada de Bardin. Foram entrevistadas 12 gestantes com excesso de peso, maiores de 20 anos, residentes em Macaé-RJ. Resultados: O estudo verificou o estabelecimento de relações verticalizadas entre o profissional de saúde-usuário, descontinuidade do atendimento nutricional e a não adesão às orientações dietéticas por algumas participantes. Houve maior aceitação do ganho de peso gestacional excessivo e adoção de práticas alimentares ambíguas, permeadas tanto pelo consumo exagerado de alimentos quanto pela retirada de alimentos considerados "ruins e/ou besteiras". O discurso verticalizado do profissional de saúde, frequentemente autoritário, e a anulação da mulher enquanto sujeito ativo na construção do cuidado se manifestaram, de forma implícita, nas narrativas. Conclusão: A naturalização do excesso de peso gestacional, concepções construídas no imaginário social como o "comer por dois" e "desejos" durante a gestação, o conjunto das práticas alimentares nesse período e o suporte familiar constituem elementos relevantes a serem considerados pelas equipes de saúde para a organização da atenção nutricional. (AU)
Objective: The aim of this study is to investigate nutritional care and dietary practices, from the perspective of overweight pregnant women receiving primary health care in the town of Macaé, Rio de Janeiro state. Methods: This is a qualitative research study, based on the interpretive paradigm. In-depth interviews were conducted, and the data underwent thematic content analysis, adapted from Bardin. Twelve overweight pregnant women, over 20 years old, living in Macaé-RJ, were interviewed. Results: The study found the establishment of vertical relationships between the health workerpatient, discontinued nutritional care and non-adherence to dietary guidelines by some participants. There was greater acceptance of excessive gestational weight gain and the adoption of ambiguous eating practices, permeated both by the excessive intake of food and by the withdrawal of foods considered to be "bad and/or junk". The vertical discourse of health workers, which is often authoritarian, and the nullification of women as an active subject in the construction of care, were implicitly reported in the narratives. Conclusion: Naturalization of gestational excess weight, conceptions built in the social imaginary such as "eating for two" and "cravings" during pregnancy, the set of eating practices in this period and family support are relevant elements to be considered by health teams for the organization of nutritional care. (AU)