ABSTRACT
A negligência ainda é freqüente no diagnóstico de corpo estranho aspirado, tendo como conseqüência a destruiçäo pulmonar e às vezes até a morte. Visando alertar o clínico, e principalmente o pediatra, realizou-0se a revisäo de 40 casos de aspiraçäo de corpo estranho em 11 anos de serviço. A idade dos pacientes variou de oito meses a 78 anos, e 80% deles tinham menos de oito anos. Trinta e sete dos corpos estranhos foram retirados por via endoscópica, e três pacientes foram submetidos a cirurgia por apresentarem destruiçäo pulmonar. Os corpos estranhos mais freqüentes foram milho, feijäo e amendoim. A radiografia de tórax mostrou-se normal em 11 casos, houve hiperinsuflaçäo pulmonar em sete, reduçäo volumétrica em três e atelectasia em 19 deles. Somente em quatro pacientes foi possível visualizar o corpo estranho pela radiografia. A permanência do cropo estranho na árvore brônquica variou de horas a até seis anos, e em 20 casos foi menor que dois dias. A permanência prolongada do corpo estranho levou à destruiçäo pulmonar em quatro casos. Oito pacientes tiveram pneumonia e dois outros apresentaram hemoptise. Nestes 11 anos, de todas as suspeitas de corpo estranho, somente em dois casos a endoscopia resultou negativa