ABSTRACT
A partir de levantamento bibliográfico acerca dos antecedentes, concepçöes e práticas de promoçäo de saúde, constatamos a lacuna existente em sua dimensäo metodológica, isto é, em experiências que demonstrem ser coerentes com o discurso da promoçäo. O objetivo do estudo foi, entäo, descrever a possível operacionalizaçäo dos sete princípios caracterizados das iniciativas de promoçäo de saúde definidos pela OMS (concepçäo holística, intersetorialidade, empoderamento, participaçäo social, equidade, açöes multi-estratégicas e sustentabilidade), a partir de cinco experiências de gestäo pública de áreas diversas, recolhidas no banco de dados do Programa Gestäo Pública e Cidadania (EAPSP/FGV). Com base em dados secundários e análise documental, analisamos cada um dos princípios, seus limites, possibilidades e relevância para a promoçäo. A investigaçäo possibilitou concluir que os princípios mencionados säo suficientemente universalizáveis e operacionalizáveis para permitir sua identificaçäo em iniciativas de natureza diversa e nas quais o setor saúde näo teve papel preponderante. Provocando questöes para serem desenvolvidas em futuros estudos, indaga-se que papel poderia o setor saúde assumir nas políticas de promoçäo, tal como aqui concebida, a fim de impactar mais extensamente sobre as condiçöes de vida cotidianas e os determinantes sócio-econômicos e ambientais da saúde, enfoque preconizado pela denominada "nova promoçäo de saúde".