ABSTRACT
A terapêutica das dislipidemias tem se voltado para a redução dos níveis de LDL-colesterol, por inibir a síntese endógena do colesterol ou por bloquear sua absorção, conseguindo-se, assim, maior alcance de metas, com fármacos cada vez mais potentes, especialmente quando usados em associação. Fibratos e ácido nicotínico, agindo preferencilamente sobre os triglicérides, promovem maiores aumentos de HDL-colesterol e, associados e associados às vastatinas, auxiliam na omitização do perfil lipídico. Apesar do grande impacto epidemiológico do HDL-colesterol no risco cardiovascular , estratégias específicas para atuar sobre o HDL não eram disponíveis até o momento. O torcetrapib, um inibidor da proteína de transferência de ésteres de colesterol, promove grandes elevações de HDL-colesterol especialmente em combinação com as estatinas. Terapias biológicas surgem como novas possibilidades e envolvem o uso de proteínas, DNA, anticorpos ou outras substâncias derivadas ou sintétizadas a partir de tecidos vivos com propósitos terapêuticos. O maior avanço em estudos clínicos se deu com a utilização de apolipoproteínas-miméticas, como a apolipoproteína AI Milano, uma variante recombinante de apo AI. Infusões de apo AI Milano reduziram o desenvolvimento da aterosclerose em modelos animais e em humanos. Outras estratégias, como a auto-imunização, formando anticorpos que neutralizam a proteína de transferência de ésteres de colesterol também estão sendo estudadas em ensaios clínicos. Terapia gênica para elevar os níveis de HDL-colesterol pela superexpressão de lecitina:colesterol-aciltransferase encontra-se em perspectiva, mas sua habilidade em prolongar a expressão gênica com segurança irá requerer o desenvolvimento de vetores adequados.