Your browser doesn't support javascript.
loading
Show: 20 | 50 | 100
Results 1 - 5 de 5
Filter
1.
Rev. saúde pública ; 41(1): 53-60, fev. 2007.
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-440282

ABSTRACT

OBJETIVO: Apreender significados socioculturais da depressão infantil, a partir da noção médico-científica da doença. MÉTODOS: Pesquisa qualitativa realizada em 2003, na região metropolitana de São Paulo, SP, Brasil. Utilizou-se a observação etnográfica e entrevistas em profundidade com oito médicos psiquiatras de um serviço público de saúde e nove familiares (pais ou responsáveis) de crianças com diagnóstico e em tratamento de depressão infantil. Na análise, buscou-se identificar categorias que permitissem isolar diferentes noções de doença expressas nos discursos desses grupos. RESULTADOS: Foram identificadas diferentes noções da doença, de acordo com padrões culturais dos discursos. Para os psiquiatras, a noção de depressão infantil referiu-se a comportamentos infantis inadequados, ou "mau funcionamento", os quais devem ser ajustados pela intervenção médica. Para os familiares, significou "insatisfação" e "incômodo" diante da vida e "intolerância" de adultos frente a certos comportamentos infantis. Observou-se que os discursos dos médicos psiquiatras e dos familiares entrevistados mostraram diversidade quanto aos seus conteúdos, conceitos e categorias, segundo lógicas próprias de compreensão e de explicação da depressão infantil. CONCLUSÕES: Diante dos resultados obtidos, o fenômeno da depressão infantil passa a ser analisado não como evento determinado pelo conhecimento médico-científico, mas como um processo dinâmico de "reinvenção criadora" de categorias e conceitos fundamentais desse discurso. Concluiu-se, portanto, que a depressão infantil apresentou-se como doença diferenciada, na forma de uma categoria ampla, capaz de integrar diferentes conotações e contextos sob um mesmo termo.


OBJECTIVE: To understand the sociocultural meanings of childhood depression, from the medical-scientific concept of the disease. METHODS: This was a qualitative study carried out in the metropolitan region of São Paulo, State of São Paulo, Brazil, in 2003. It consisted of ethnographic observation and in-depth interviews with eight psychiatrists from a public health service and nine relatives (parents or guardians) of children who had been diagnosed with and were being treated for childhood depression. The analysis sought to identify categories that would make it possible to isolate different notions of the disease, as expressed in the discourse of these groups. RESULTS: Different notions of the disease were identified, in accordance with the cultural patterns of the discourse. For the psychiatrists, the concept of childhood depression was related to inappropriate child behavior, or "bad functioning", which then had to be adjusted by medical intervention. For the relatives, childhood depression meant "dissatisfaction" and "discomfort" with life and "intolerance" of adults to child behavior. It was seen that the discourse of the psychiatrists and relatives interviewed showed great diversity of subjects, concepts and categories, according to the logic of their particular understandings and explanations for childhood depression. CONCLUSIONS: In the light of the results obtained, the phenomenon of childhood depression can be analyzed not as an event determined by medical-scientific knowledge, but as a dynamic process of "creative reinvention" of categories and concepts that are fundamental to this discourse. It is therefore concluded that childhood depression presents as a differentiated disease, in the form of a broad category that is capable of integrating different connotations and contexts under the same term.


Subject(s)
Anthropology, Cultural , Child Health , Depression , Mental Health , Qualitative Research
2.
Article in English | LILACS | ID: lil-430285

ABSTRACT

OBJETIVO: Estudos recentes demonstram que o início do tratamento apropriado após o primeiro episódio psicótico pode ser adiado por um longo tempo. Alguns pacientes permanecem sem atenção profissional mesmo apresentando sintomas graves. O objetivo deste estudo foi o de compreender as razões pelas quais os parentes dos pacientes demoram pelo menos seis meses para procurar aconselhamento e tratamento psiquiátricos. MÉTODO: Foram realizadas análises qualitativas de entrevistas semi-estruturadas com 15 parentes (de pacientes em seu primeiro episodio psicótico) que demoraram mais de seis meses para buscar tratamento psiquiátrico. As entrevistas foram gravadas; as partes transcritas e relevantes foram codificadas e agrupados, formando termos, conceitos ou categorias. RESULTADOS: Os familiares referiram-se aos indivíduos com problemas mentais de outras famílias de forma estereotipada, citando aspectos negativos, tais como violência e criminalidade. Utilizaram termos menos graves para se referir aos seus próprios familiares. Não sabendo que seu parente doente era um caso de doença mental, os parentes classificaram certos comportamentos observados como provenientes, principalmente, de problemas espirituais ou do uso de drogas. A demora inicial em buscar auxílio médico para a pessoa doente foi influenciada por: 1) conceitos equivocados e estereotipados utilizados pelos parentes para entender os problemas mentais; 2) modelos explanatórios elaborados para tentar entender o comportamento da pessoa doente; 3) medo do tratamento psiquiátrico; e 4) experiências negativas com serviços psiquiátricos. CONCLUSÕES: Estão presentes aspectos culturais em todos os níveis desse processo de elaboração. A compreensão adequada desses aspectos pelos clínicos pode diminuir consideravelmente a dor e o sofrimento dos familiares.


Subject(s)
Adult , Female , Humans , Male , Family/psychology , Health Knowledge, Attitudes, Practice , Psychotic Disorders/therapy , Cultural Characteristics , Interview, Psychological , Mental Health Services , Psychotic Disorders/psychology , Qualitative Research , Time Factors
3.
Braz. J. Psychiatry (São Paulo, 1999, Impr.) ; 27(2): 101-107, jun. 2005. tab
Article in English | LILACS | ID: lil-402419

ABSTRACT

INTRODUÇAO: Tem sido bem documentado que a esquizofrenia apresenta um melhor curso clínico em países em desenvolvimento. Ainda que haja muitos estudos epidemiológicos demonstrando essa associação, poucas pesquisas têm sido realizadas para investigar os sistemas de representação nacional de esquizofrenia nesses países. OBJETIVOS: Este estudo está focado nos fatores culturais da esquizofrenia, a saber: os sistemas de representação nacional da enfermidade, bem como o que se entende no país como comportamento desviante e sua aceitação e os mecanismos de inserção ou exclusão sociocultural dos pacientes com esquizofrenia em Cabo Verde, Africa. MÉTODOS: Foram realizadas entrevistas abertas aleatorizadas com parentes de pacientes em tratamento no serviço ambulatorial de saúde mental do Hospital Batista de Sousa (Ilha de São Vicente), entre 1994 e 1995. As entrevistas avaliaram os históricos da doença dos pacientes em relação aos problemas e estratégias utilizadas pela família para lidar com tais problemas e comentam sobre a sobrecarga social e familiar. RESULTADOS: Vinte entrevistas com parentes próximos de 10 pacientes foram analisadas. O estudo foi focado em três categorias principais para explicar a esquizofrenia: "cabeça cansada", "nervoso" e categorias sobrenaturais (como "bruxaria" e feitiçaria"). Os entrevistados expressaram sua opinião, seja de forma explícita ou não, sobre se seus parentes realmente tinham uma doença. CONCLUSÕES: As características das categorias nacionais da esquizofrenia encontradas em Cabo Verde podem ser encaradas como uma forma menos estigmatizante de tratar a doença. É razoável supor que a compreensão desses fatores culturais poderia levar a melhores desfechos no tratamento de esquizofrenia neste país e também em outros onde similares condições podem ser identificadas.


Subject(s)
Humans , Male , Female , Adolescent , Adult , Middle Aged , Caregivers , Cultural Characteristics , Schizophrenia/ethnology , Social Adjustment , Africa/ethnology , Cultural Diversity , Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders , Interview, Psychological , Schizophrenia/diagnosis , Stereotyping
4.
Rev. bras. reumatol ; 36(1): 34-6, jan.-fev. 1996. tab
Article in English | LILACS | ID: lil-169154

ABSTRACT

Setenta farmácias localizadas no município de Sao Paulo foram selecionadas aleatoriamente e visitadas por sete pesquisadores. Cada pesquisador se apresentou a determinada farmácia como cliente com um conjunto de sintomas padronizados de acordo com um cenário previamente definido. Esse cliente solicitou ao vendedor medicamentos para aliviar sua dor ou desconforto. Depois de o balconista sugerir algum(ns) medicamento(s), o cliente solicitou a compra de dois produtos selecionados de uma lista contendo 30 drogas comumente prescritas a pacientes com artrite ou doenças músculo-esqueléticas. Esses medicamentos deveriam ser vendidos somente com a apresentaçao de prescriçao médica. Em apenas 12,8 por cento das farmácias o balconista sugeriu que o cliente fosse procurar atendimento médico. O balconista "prescreveu" antiinflamatórios nao hormonais (AINH), vitaminas, analgésicos e corticosteróides (CO) em respectivamente 42,8 por cento, 20,0 por cento, 14,3 por cento e 5,7 por cento das visitas. Com relaçao aos medicamentos solicitados ativamente pelo cliente, este obteve o AINH em 67,7 por cento das vezes em que o solicitou, CO em 65 por cento e sedativos em 20,0 por cento das vezes, sem apresentar prescriçao médica. Os balconistas de farmácias atendem a solicitaçoes de seus clientes sem a apresentaçao de receita médica. Novos estudos devem ser realizados com o objetivo de avaliar intervençoes para reduzir a venda de drogas que necessitem prescriçao médica


Subject(s)
Humans , Analgesics , Anti-Inflammatory Agents, Non-Steroidal , Arthritis , Drug Therapy , Pharmacopoeia
5.
São Paulo perspect ; 5(2): 68-71, abr.-jun. 1991.
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-399981

ABSTRACT

Apresenta um modelo explicativo de alguns níveis do inconsciente no comportamento de populações periféricas de São Paulo. Recupera a dicotomia entre natureza e cultura, mostando como os objetos provenientes da natureza devem ser limpos, segundo os padrões de limpeza vigentes. Tudo o que sai da cultura, de volta à natureza, não preenche nenhuma categoria específica da lógica da cultura, nem se apresenta como notável à atenção, ou sequer à percepção. A mediação entre o que entra e o que sai da cultura é o corpo humano. A habitação, considerada extensão do corpo humano e espaço de impregnação da personalidade, desempenha papel relevante nessa tentativa de compreensão da pobreza


Subject(s)
Humans , Culture , Poverty , Urban Population , Brazil , Behavior , Public Housing , Hygiene , Feeding Behavior , Quality of Life , Urban Sanitation
SELECTION OF CITATIONS
SEARCH DETAIL