ABSTRACT
O objetivo deste estudo foi avaliar o processo de agendamento para atenção odontológica a gestantes, bem como identificar e analisar as razões que dificultam o cumprimento do mesmo, na visão da cirurgiã-dentista responsável pelo atendimento, no município do Cabo de Santo Agostinho, estado de Pernambuco, Brasil. A metodologia do estudo avaliativo foi desenvolvida em duas etapas: a primeira correspondendo à coleta de dados sobre o número de gestantes agendadas e o número de gestantes efetivamente atendidas, durante o período de julho de 1999 a junho de 2000 na clínica odontológica; a segunda etapa foi composta por entrevista com a cirurgiã-dentista responsável pelo atendimento, com aplicação de questionário semi-estruturado com perguntas de fechadas de múltipla escolha e de estimação, visando compreender as falhas verificadas no cumprimento da agenda. Verificou-se que o quantitativo de gestantes agendadas superou o de gestantes atendidas em todos os meses. O número maior de faltas ocorreu nos meses de julho, setembro, março, maio e junho; o que ocorre, de acordo com a CD, em grande parte por dificuldade de transporte para as gestantes que residem distante do local de atendimento; a segunda, pelo atraso causado pela demanda excessiva para o agendamento, ou ainda porque a gestante trabalha fora (ou em casa) e não tem com quem deixar os filhos. Estas razões podem ser incluídas nas chamadas dimensões de acessibilidade, disponibilidade e acomodação, respectivamente. Conclui-se com este estudo que a existência de faltas ao agendamento em todos os meses evidenciou a discrepância no agendamento para atendimento odontológico das gestantes no moldes atuais. O serviço apresenta dificuldades de acesso nas dimensões acima descritas, o que enseja algumas recomendações passíveis de serem adotadas pela própria CD e pela Coordenação de Saúde bucal da Secretaria de Saúde do Município