ABSTRACT
Objetivo: Avaliar a freqüência e a evolução de complicações associadas às ceratoplastias penetrantes realizadas por Residentes no Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas, no período de julho de 1996 a julho de 1999. Material e Métodos: Análise retrospectiva de 177 casos de ceratoplastias penetrantes realizadas no Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas, no período de julho de 1996 a julho de 1999. Informações provenientes dos períodos pré-operatório, per-operatório e pós-operatório foram registradas. Entre as complicações avaliadas incluem-se: falência, rejeição, glaucoma, deiscência de sutura, úlcera infecciosa pós-operatória, endoftalmite, defeito epitelial persistente, descolamento de retina, trauma ocular contuso e catarata pós-cirúrgica. Resultados: A incidência de falência foi de 14,7 por cento e a de rejeição 13,6 por cento. Glaucoma pós-operatório esteve presente em 17,5 por cento dos casos. Deiscência de sutura ocorreu em 4 por cento, descolamento de retina em 1,1 por cento, trauma ocular contuso em 1,1 por cento, úlcera infecciosa após o transplante em 4 por cento e defeito epitelial persistente em 8,5 por cento dos casos. Houve associação estatística entre falência e as seguintes variáveis: idade do paciente; presença de úlcera de córnea pré-operatória; presença de cirurgia ocular prévia; câmara rasa pré-operatória e pós-operatória; sinéquia pós-operatória; afacia após realização do transplante combinado à facectomia; glaucoma; úlcera e defeito epitelial persistente pós-operatórios (p<0,05). Não houve associação estatística entre rejeição e algum destes fatores. Conclusão: A incidência de complicações das ceratoplastias penetrantes realizadas por Residentes do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas é concordante com os relatos na literatura. Os fatores identificados previamente em outras séries também foram considerados associados à evolução desfavorável a presente amostra.